As ações da Vibra Energia (VBBR3) avançam 6,00%, atingindo R$ 22,52 por volta das 12h40 (horário de Brasília) nesta terça-feira (12), após a publicação dos resultados do segundo trimestre deste ano (2T25). O resultado gera análises sobre margens, fluxo de caixa e projeções para os próximos meses.
A XP Investimentos aponta o EBITDA ajustado em R$ 1,26 bilhão, 22% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior e 6% abaixo das projeções da corretora, que antecipava margens de R$ 118 por metro cúbico.
A margem EBITDA da distribuição de combustíveis está em R$ 113/m³, aproximadamente 5% abaixo do esperado pelo mercado. Perdas de estoque, projetadas entre R$ 40 e 45/m³ pela XP, e a competição com importações a preços mais baixos que os da Petrobras, impactam o desempenho.
O lucro líquido de R$ 292 milhões ultrapassou as projeções da XP (R$ 202 milhões) e o consenso do mercado (R$ 267 milhões), contudo, o fluxo de caixa livre da empresa (FCFE) apresentou saldo negativo próximo a R$ 170 milhões, influenciado pelo capital de giro e pelo aumento da dívida líquida, que totaliza R$ 21 bilhões. O endividamento, medida pela relação dívida líquida sobre EBITDA dos últimos 12 meses, alcança 2,9 vezes.
A consolidação da Comerc, segundo a corretora, continua influenciando os resultados consolidados da Vibra, causando prejuízo líquido ajustado de R$ 192 milhões e fluxo de caixa livre negativo. O EBITDA da participação da Vibra na Comerc registra R$ 274 milhões no trimestre, 16% abaixo da estimativa da XP, enquanto o nível de curtailment (redução da produção ou fornecimento de energia) sobe para 20%, tornando mais complexa a meta anual de EBITDA de R$ 1,3 bilhão.
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O Bradesco BBI, com recomendação de compra e preço-alvo em R$ 30, aponta que a margem de reposição atinge R$ 161/m³ ao excluir as perdas de estoque, superando os valores do segundo trimestre de 2024 (2T24) e do primeiro trimestre deste ano (1T25). A margem estrutural deve estar entre R$ 155 e R$ 160/m³, com expectativa de melhora no terceiro trimestre (3T25) devido ao aumento da demanda sazonal e à restrição na importação.
O aumento do estoque no final do segundo trimestre de 2025 deverá ser reduzido, liberando capital de giro e reforçando o fluxo de caixa livre. O mercado acompanha a recuperação gradual da participação, notadamente no etanol, com um acréscimo de 0,77 ponto percentual após as recentes alterações tributárias, além de progressos nos segmentos de lubrificantes e diesel no mercado corporativo.
O Morgan Stanley mantém recomendação de compra (desempenho superior ao seu índice de referência) e preço-alvo em R$ 30. A instituição considera que as perdas de estoque e o aumento do capital de giro já estavam previstos e não influenciam negativamente a trajetória das ações no curto prazo.
A instituição financeira afirma que a margem de distribuição enfrenta pressão devido à dinâmica de preços e à competição internacional. Adicionalmente, aponta para oportunidades de ganhos de margem e participação de mercado a longo prazo, associadas à redução da dívida e à geração de caixa adicional, o que possibilitará o aumento dos dividendos.
Os especialistas estimam que o desempenho da Vibra no segundo trimestre de 2025 terá impactos negativos, devido às perdas de estoques e à pressão sobre o capital de giro, contudo, preveem uma evolução positiva no segundo semestre.
O encerramento da janela de importação, preveem os analistas, deve impulsionar as margens no terceiro trimestre de 2025 (3T25), ao mesmo tempo em que a empresa mantém estratégia ativa para recuperar participação, notadamente no etanol e no segmento corporativo. O alto nível de endividamento continua sob observação, com progressos em ações para otimizar a geração de caixa.
Fonte por: InfoMoney