A Anvisa desmantela esquema de falsificação de medicamentos para tratamento de câncer no Ceará
Distribuidora sob investigação fornecia medicamentos falsificados do Keytruda, expondo pacientes a riscos; a operação teve apoio das forças policiais e …
A Anvisa deflagrou operação contra a falsificação de medicamentos no Ceará. A ação, com apoio da Secretaria de Saúde do Ceará, da Vigilância Sanitária de Fortaleza e da Agência de Fiscalização do município (Agefis), visa desmantelar uma rede acusada de comercializar e distribuir versões falsificadas do medicamento injetável Keytruda para hospitais e clínicas.
Com princípio ativo pembrolizumabe, o Keytruda é um imunoterápico de alto custo indicado para tratar diversos tipos de câncer, incluindo melanoma, tumores de pulmão, de cabeça e pescoço, esofágico, além do linfoma de Hodgkin clássico, entre outros. A presença de versões falsificadas no mercado representa risco grave, podendo comprometer a eficácia do tratamento e causar eventos adversos.
A Anvisa recebeu denúncias e, após a apuração, fiscais da agência reguladora identificaram uma distribuidora de medicamentos regularizada, suspeita de fornecer versões falsificadas do produto.
Fiscais foram impedidos por um funcionário e, com a obstrução da fiscalização, a empresa foi interditada até o encerramento das investigações. Com apoio da polícia, o funcionário foi conduzido à Polícia Civil para prestar depoimento, e a Polícia Federal foi acionada em razão da possível prática de falsificação. A fiscalização prosseguiu com mandado judicial, cumprido com apoio policial às 5h40 desta sexta-feira.
A Anvisa detectou diversas caixas de medicamentos sem registro no Brasil, com rótulos em inglês, incluindo unidades de Keytruda. Há suspeita de falsificação em nível internacional. Além disso, os fiscais identificaram notas fiscais que comprovam a comercialização desses produtos irregulares e caixas de medicamentos biológicos também sem registro no país.
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História
Em junho, um hospital em Palmas (TO) comunicou à Anvisa sobre suspeitas de irregularidades em frascos de Keytruda, lote SO48607. O medicamento foi adquirido de uma distribuidora autorizada, porém a nota fiscal não apresentava informações sobre o lote ou data de validade. A unidade de saúde também identificou problemas no transporte e embalagens distintas das originais.
Após a denúncia, a Anvisa determinou a suspensão imediata das vendas e solicitou esclarecimentos à distribuidora, que não respondeu. A farmacêutica Merck Sharp & Dohme, detentora do registro no Brasil, afirmou não reconhecer o lote, que trazia rótulo em inglês e um selo falso com efeito holográfico e inscrições em árabe. O caso foi classificado como falsificação e reportado à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em julho, um hospital de Vitória da Conquista (BA) registrou nova denúncia relacionada à mesma distribuidora. A ocorrência envolveu o lote YO19148, com embalagens distintas do padrão e ausência do número de registro na Anvisa. A investigação está em andamento.
Fonte por: InfoMoney