A avaliação da Petrobras tende para o etanol de milho, o que deixaria a Raízen de fora

A redução dos custos de produção, impulsionada pela expansão das áreas de cultivo, contribui para o favorecimento do etanol de milho.

18/08/2025 17:03

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A Petrobras (PETR3;PETR4) tem avaliações iniciais para retomar investimentos em etanol, ainda que não descarte o biocombustível derivado da cana-de-açúcar, estão mais inclinadas a utilizar o milho como matéria-prima, afirmaram três fontes da empresa com conhecimento do assunto.

O custo de produção em declínio, associado à expansão das áreas de cultivo e ao robusto crescimento do segmento, superior a 30% no ano anterior, e o estancamento da produção de etanol por cana, devido à competição com o açúcar como matéria-prima, são fatores que podem favorecer o etanol de milho.

Adicionalmente, a Petrobras demonstra interesse no aumento da produção no Norte/Nordeste, área com déficit no mercado de biocombustíveis, porém com notável elevação na produção de milho, principalmente na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

A redução nos custos do etanol de milho, aliada ao aumento da sua disponibilidade, expandiu-se para o Norte e Nordeste, conforme dados do Matopiba.

Caso haja uma eventual negociação que leve à aquisição de participações em empresas produtoras de etanol de milho, isso excluiria a Raízen (RAIZ4), que utiliza apenas a cana como matéria-prima nas mais de 20 usinas em operação.

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As ações da Raízen operavam em alta de mais de 10% por volta das 16h30, após recuarem mais de 16% na semana passada, em decorrência da divulgação de um prejuízo trimestral, com o impulso de notícias de que a empresa estava no foco da Petrobras para uma eventual aquisição de participação.

A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, não respondeu prontamente, ao passo que a Raízen declarou no sábado que não faria comentários sobre o assunto.

Estamos mais perto do milho do que de outras opções. As perspectivas são mais favoráveis. Estamos conversando com diversos produtores de milho, afirmou uma segunda fonte, também sob o anonimato, evitando mencionar nomes de empresas.

O desenvolvimento de outras vantagens para o etanol de milho impulsiona a expansão da fronteira produtiva do cereal e a falta de concorrência com a matéria-prima açúcar, o que assegura a estabilidade da oferta, mesmo em condições de mercado favoráveis ao adoçante.

A Petrobras ainda não descarta a Raízen, considerando que a empresa é a maior do setor de cana, mas as fontes informam que as discussões ainda não estão em andamento.

Duas outras fontes da Petrobras relataram que as negociações para a retomada do segmento de etanol ainda se encontram em fase inicial.

“Eles querem nos vender, mas as discussões nem se iniciaram aqui”, afirmou uma das fontes, ao comentar sobre a Raízen.

A Petrobras declarou, em outra ocasião, que o retorno à produção de etanol ocorreria por meio de investimentos minoritários em ativos, seguindo o modelo adotado anteriormente.

O retorno ao mercado do etanol é certo, mas não tem relação com ninguém. Agora, vem com essa de que há algo para este ano… Com a agilidade da Petrobras, pode esperar que ainda demore, disse outra pessoa próxima da empresa.

Fonte por: InfoMoney

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