A Boa Safra observa efeito limitado no preço da tarifa dos EUA e mantém confiança com a expansão de mercados

Marino Colpo, cofundador e CEO da Boa Safra, em entrevista ao InfoMoney, comentou a resiliência do portfólio da empresa diante do aumento das tarifas, o…

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A poucos dias de que as tarifas de importação impostas pelo governo americano entrassem em vigor, os EUA tentam negociar um acordo com a China que pode incluir as importações de soja do país asiático. No entanto, isso não é uma preocupação para Marino Stefani Colpo, cofundador e CEO da Boa Safra (SOJA3), líder no ramo de sementes de soja no país. “O impacto da tarifação para nossa companhia é marginal”, afirmou Colpo, em conversa exclusiva ao InfoMoney Entrevista durante o XP Brazil CEO Conference 2025.

Para Colpo, a solidez do portfólio da empresa é o que garante segurança diante do cenário atual de exportações. “Estamos no setor de carnes, porque temos pastagem, temos sementes de forrageiras, sementes de pastagem. Observamos uma leve desaceleração da renovação do pasto. Mas isso representa atualmente cerca de 3% da receita da companhia.”

O governo ressaltou que, ainda que certos segmentos do agronegócio, incluindo a piscicultura e a cafeicultura, apresentem maior vulnerabilidade, o impacto na produção de carne já se manifesta nos preços e não aparenta ser tão significativo quanto se previa.

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O negócio da China.

Diante da pergunta sobre a viabilidade de um acordo que ver a China triplicar as importações de soja americana, Colpo demonstrou ceticismo. “Os EUA estão diminuindo a área cultivada de soja e a procura interna por óleo de soja para biodiesel está aumentando. A produção total americana não suporta esse volume de exportação”, justificou. Para ele, os dados sugerem que os EUA deverão exportar menos soja, enquanto o Brasil mantém sua posição de relevância no mercado global.

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No balanço da Boa Safra, o diretor executivo destacou a intensa sazonalidade do negócio, com 90% das vendas concentradas em sementes de soja, cultivadas a partir de setembro e colhidas em fevereiro e março. “O faturamento nos primeiros meses do ano é reduzido, porém a ordem de serviço está 40% superior em relação ao ano anterior, o que aponta para um crescimento de aproximadamente 40% em volume”, afirmou.

A empresa também tem investido na diversificação do portfólio, expandindo a oferta para outras culturas como milho, sorgo, feijão e trigo, e na ampliação da base de clientes. “Há três anos, as 10 maiores revendas respondiam por 40% da carteira de pedidos. Atualmente, esse percentual diminuiu para cerca de 12%”, informou Colpo. “Atendemos aproximadamente 900 revendas em um total de 1.350 no país, e a meta é alcançar mais de mil lojas”.

Apesar do cenário complexo com a queda nos preços das commodities e o aumento da taxa de juros, que impactaram produtores e revendas, a inadimplência da Boa Safra permanece sob controle, em torno de 2%, ligeiramente superior ao histórico, porém dentro do previsto. “Estamos sendo cautelosos nos limites de crédito e expandindo a carteira para preservar a saúde financeira”, declarou.

A Colpo evidenciou a intenção da empresa de concretizar operações de aquisição anuais, ressaltando que, embora o ano anterior tenha sido desfavorável em relação ao crescimento, a Boa Safra está no caminho correto, com finanças sólidas e pouca dívida, preparada para aproveitar as chances que se apresentarem.

Fonte por: InfoMoney

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