A disputa se estende para o segundo turno na Bolívia, marcando a primeira vez em 20 anos que não há partido liderado por Evo Morales na disputa

Jorge Quiroga, à direita, e Rodrigo Paz Pereira, do centro, se enfrentarão no segundo turno em 19 de outubro após o fim da hegemonia do MAS.

18/08/2025 6:56

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O Movimento ao Socialismo, partido que impulsionou Evo Morales ao poder em 2006, não está na disputa pela presidência na Bolívia. O senador Rodrigo Paz Pereira e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga disputarão o segundo turno, agendado para 19 de outubro, conforme resultados preliminares divulgados na noite de domingo (17).

A apuração indicou que Paz Pereira recebeu 32,08% dos votos, Quiroga, 26,94% e Samuel Doria Medina, 19,93%. Na esquerda, Andrônico Rodríguez obteve 8,11% e Eduardo del Castillo, 3,14%. Os votos nulos, defendidos por Evo, alcançaram 19%.

A votação sinaliza o encerramento da hegemonia do MAS, que foi enfraquecido por conflitos internos entre Morales, o presidente Luis Arce e outros ex-aliados. Impedido de concorrer, Evo apoiou o voto nulo e acusou Arce de “roubar a sigla” do partido.

Paz Pereira, surpresa na eleição, recebeu apoio imediato de Doria Medina. “Se não chegasse ao segundo turno, apoiaria quem viesse primeiro, não fosse o MAS. Bem, esse candidato é Rodrigo Paz, e eu mantenho minha palavra”, afirmou o empresário.

Quiroga, que governou o país entre 2001 e 2002, declarou que a eleição é a mais importante em 40 anos e defendeu “estabilidade econômica e um futuro diferente”. Paz Pereira, por outro lado, afirmou que os bolivianos pedem “uma mudança de sistema político”.

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A eleição acontece em cenário de crise econômica que fragilizou o governo. A Bolívia enfrenta inflação acumulada de aproximadamente 25% em 12 meses, declínio nas exportações de gás e falta de combustíveis.

O próximo presidente, que assume o cargo em 8 de novembro para um mandato de cinco anos, precisará gerenciar negociações sobre a exploração de lítio e a necessidade de estabelecer alianças no Congresso.

As seções eleitorais abriram às 9h e fecharam às 16h (horário de Brasília). O voto é obrigatório, e o país registrou restrições ao transporte público e por aplicativos no dia da votação.

Fonte por: InfoMoney

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