A Eve pode impulsionar as ações da Embraer?

Novas descobertas em relação à Eve podem aumentar o valor das ações da Embraer.

19/08/2025 16:47

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A Eve, filial da Embraer (EMBR3) que produz aeronaves urbanas elétricas – popularmente chamadas de “carros voadores” – pode contribuir para a tese das ações EMB3?

O JPMorgan revisou suas projeções para a Embraer após os resultados do segundo trimestre de 2025, elevando a meta de preço para dezembro de 2026 de US$ 64 e R$ 93 para US$ 79 por ADR e R$ 107 por ação. Considerando o valor justo da controlada Eve em US$ 8 por ação, o preço-alvo ajustado seria de US$ 90 e R$ 123, com uma contribuição de aproximadamente US$ 11 por ADR ou R$ 16 por ação.

O banco mantém recomendação buy (desempenho superior à média, equivalente à compra), ressaltando que a empresa negocia múltiplos atrativos de 9,1 vezes EV/EBITDA (valor da empresa/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 2026, com desconto de 30% em relação à avaliação da soma das partes (SOP), que inclui desconto de 15% sobre pares, projetada em 13,2 vezes.

O relatório constata que a Embraer ainda negocia abaixo do valor estabelecido quando as tarifas americanas foram divulgadas (US$ 59), ainda que a companhia tenha conseguido isenção e esteja buscando diminuir a taxa de 10% para zero, como se deu com a Europa e o Reino Unido.

O JPMorgan prevê que a Embraer aumente seu múltiplos de avaliação (EV/EBITDA) para a média de 10 anos, entre 7,5 vezes e 8 vezes, com base em resultados aprimorados e um volume de pedidos sem precedentes. Companhias do setor aeroespacial e de defesa estão sendo avaliadas com um prêmio de aproximadamente 50% acima da média histórica de 10 anos.

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O JPMorgan ainda salienta que a Embraer deve continuar aproveitando novos pedidos no setor de transporte aéreo comercial, incluindo potenciais encomendas da AirAsia e de companhias aéreas dos Estados Unidos, possivelmente no segmento E2. A empresa utilizou clientes existentes, investimentos e relações nos EUA para evitar a taxa adicional de 40% sobre importações, evidenciando que os clientes permanecem interessados em seus produtos.

A Embraer também busca incorporar o setor aeronáutico brasileiro na modalidade tarifa zero, similar ao que aconteceu com Reino Unido e União Europeia. A JPMorgan estima que a implementação dessa medida possua probabilidade superior a 50% em prazos médios.

Previsão para o segundo semestre de 2025 indica um desempenho robusto, considerando a sazonalidade típica da empresa, com 60% das entregas concentradas nesse período, e aumento das margens devido à maior eficiência operacional e à composição mais lucrativa das vendas.

Eve, da Embraer, não exclui a possibilidade de uma fábrica nos EUA para contornar a guerra comercial.

O JPMorgan ressalta que, mesmo com a recomendação de compra, o desempenho da Embraer permanece dependente do setor de aviação comercial, tanto em novos pedidos quanto na rentabilidade. Alterações na tendência positiva recente em Serviços & Suporte e Defesa & Segurança podem afetar negativamente as previsões e o sentimento do mercado. Uma desaceleração da economia americana poderia prejudicar os resultados da aviação executiva.

Com os resultados da Embraer apresentando um aumento de 37% no ano, o Bradesco BBI estima que a Eve poderia adicionar aproximadamente R$ 12,00 aos papéis da controladora. O banco ressalta que os progressos na certificação do eVTOL (aerovídeo elétrico de decolagem e pouso vertical) e o desenvolvimento do seu ecossistema podem impulsionar a valorização da Eve, que também se refletiria na Embraer.

De acordo com o Bradesco BBI, as sinalizações são positivas para a Embraer, visto que a Eve prossegue em sua fase de desenvolvimento para voar o eVTOL até o final de 2026 e também pretende obter a certificação para operar em 2027.

A Eve prevê manter-se na faixa inferior da orientação de consumo de caixa até 2025. A orientação de consumo de caixa é estimada entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões para 2025, e, durante o primeiro semestre de 2025 (1S25), a empresa consumiu aproximadamente US$ 85 milhões em caixa, com expectativa de um consumo similar no segundo semestre (2S25).

O BBI também manteve a perspectiva positiva em relação à Embraer, mantendo a recomendação de compra e o preço-alvo para 2025 em R$ 97.

Fonte por: InfoMoney

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