O youtuber Felca Bressanim Pereira concedeu sua primeira entrevista televisiva, comentando sobre o vídeo publicado no YouTube em agosto que expõe a exploração e a sexualização de crianças e adolescentes nas redes sociais. A entrevista foi exibida no programa Altas Horas, da TV Globo, no sábado (16).
No vídeo original, que ultrapassou 44 milhões de visualizações até este domingo (17), Felca expõe supostas práticas ilegais do influenciador Hytalo Santos, que teve a prisão preventiva decretada dois dias após a publicação. Ele e o marido, Israel Nata Vicente, estão detidos desde a sexta-feira (15), suspeitos de exploração de menores, abuso e tráfico humano.
“Crianças não devem produzir conteúdo na internet. A internet é um ambiente para adultos”, declarou Felca. “A exposição envolve críticas, às vezes com assédio, e a criança não está preparada para lidar com isso.”
Durante a entrevista, Felca argumentou pela supervisão ativa dos pais em relação ao consumo digital dos filhos. Ele afirmou que a mudança de conteúdos infantis para conteúdos inadequados ocorre de maneira rápida e imperceptível.
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Se você é um pai presente, pode conseguir administrar o acesso de uma criança de 10, 11 ou 12 anos. Caso contrário, minha opinião é: bloqueio total.
O youtuber ressaltou que o sucesso do vídeo não é pessoal, sendo sim uma vitória para a causa. “Recebi fotos de pessoas assistindo ao vídeo no metrô, no ônibus… Fico feliz porque não é sobre mim, é sobre proteger crianças.”
Denúncia detalha redes de exploração
O vídeo publicado em 6 de agosto tem aproximadamente uma hora de duração e analisa como as plataformas digitais contribuem para a exposição inadequada de menores, desde a lógica dos algoritmos de engajamento até a monetização de perfis infantis.
A Felca critica a romantização de jovens empreendedores e perfis de adolescentes que promovem a riqueza imediata e ignoram a educação formal.
A acusação também aponta para a influência de Hytalo Santos na alicição de adolescentes, incluindo a remoção de jovens de suas casas e a exposição de meninas com 14 e 15 anos em situações sexualizadas. Um dos casos mencionados é o de Kamylinha, que teria sido apresentada ao grupo aos 12 anos e, aos 17, já aparecia com implantes de silicone e bebidas alcoólicas em vídeos com conotação sexual.
A prática de atos sexuais com crianças.
A Felca adverte sobre o emprego de códigos e símbolos empregados por pedófilos para compartilhar conteúdos ilegais, incluindo a palavra “trade”, utilizada como disfarce em redes de troca de imagens. Solicita que os pais estejam atentos a essa linguagem nos comentários das publicações.
Ademais, ressalta que a idade mínima para a criação de contas nas redes sociais é de 13 anos, porém sem mecanismos de verificação eficazes, o que expõe crianças a ambientes digitais com forte presença de adultos, negligência, festas e normalização da erotização precoce.
Avançam as investigações.
Hytalo Santos e seu marido estão sendo investigados desde 2024 pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A operação que resultou na prisão foi realizada pela Polícia Civil de São Paulo, em colaboração com autoridades paraibanas. O casal foi preso em Carapicuíba (SP), onde a polícia apreendeu oito celulares.
Fonte por: InfoMoney