A mãe de um adolescente relata não ter visto nada incomum sobre os vídeos

A mãe de uma das adolescentes que residia com Hytalo Santos, investigado pelo Ministério Público pelos crimes de tráfico de pessoas e exploração sexual infantil, declarou não identificar qualquer irregularidade na relação da filha com o influenciador ou nos vídeos que ela publicava envolvendo a menor de idade.

Minha mãe afirmou ao Domingo Espetacular da TV Record: “Vendi minha casa, abandonei meu emprego e fui viver a vida com ela, realizar o sonho dela”. Ela acrescentou: “Eu nunca vi nada demais”.

A questão ganhou destaque após um vídeo de Felca que denunciava que influenciadores como Hytalo exploravam crianças e adolescentes para obter ganhos financeiros com o uso de suas imagens nas redes sociais. Em vários vídeos publicados pelo influenciador, as adolescentes eram vistas realizando danças sensuais.

A defesa de Hytalo alega que ele e seu marido, também preso na sexta-feira, 15, são inocentes e “sempre se colocaram à disposição das autoridades”. Consideram, ainda, que a decisão de prisão é uma medida “extrema”.

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Em resposta às críticas sobre a suposta “sexualização” e exploração da jovem, a mãe afirma: “Não concordo com nada, como é que ela está sendo adultizada se ela teve infância?” Ela e a filha receberam uma casa do influenciador.

O Ministério Público, em denúncia, apontou que o influenciador pagava cerca de três salários mínimos às famílias de adolescentes para que estes residissem em sua casa. Os menores eram referidos pelo influenciador como “crias”.

O genitor da menina, após a separação da mãe, informou ao programa que teme a exposição da filha desde 2019, quando denunciou, pela primeira vez, a exploração da imagem da adolescente ao conselho tutelar.

“Eu não desejava isso para ela. Eu almejava um futuro para ela, que ela estudasse, que se formasse, que tivesse uma profissão de qualidade, não exibindo o corpo para que todos vissem”, declarou o pai, que também não foi identificado para proteger a menor de idade.

“A cada vez que eu ia ao conselho tutelar, ministério público, delegacia, eles diziam ‘é porque a Justiça é lenta’”, acrescenta.

A jovem, contudo, alegou na reportagem que seu pai chegava embriagado em casa e a agredia junto com a mãe durante o período em que viviam juntos. Ela também afirmou que “não precisava disso” e “seria seu pai”.

O Ministério Público afirma que o influenciador estava apreendendo os celulares das vítimas para assegurar que apenas seu perfil nas redes sociais publicasse, estratégia que direcionava o público para suas plataformas.

Hytalo Santos exerce um controle considerável sobre os telefones celulares de adolescentes e funcionários. Essa prática integrava um padrão mais amplo de gestão da vida pessoal e profissional das pessoas associadas a ele, em particular os adolescentes, apelidados de “crias”, e sua equipe de segurança e assessoria, conforme relatado pelo Órgão.

Felca, no vídeo sobre a exploração sexual de crianças publicado na semana passada, classificou o conteúdo de Hytalo como “circo macabro”. Foi proibido do Instagram após o vídeo de Felca, estando sob investigação do MP da Paraíba desde 2024.

O marido de Hytalo, Israel Vicente, viu sua conta do Instagram ser desativada, algumas horas após ter publicado uma mensagem em apoio à esposa.

Hytalo filmava coreografias com adolescentes, frequentemente usando crianças com pouca vestimenta, e lucrava com a publicação desses vídeos em plataformas digitais. Ao longo do tempo, ele construiu uma residência conhecida como “mansão” e acolheu algumas crianças sob sua casa, com a autorização dos responsáveis.

Ele chamou o grupo, composto majoritariamente por jovens em situação de vulnerabilidade social, a quem fornecia apoio financeiro, moradia, alimentação e educação. Em contrapartida, eles eram apresentados em suas publicações.

Ele também foi notório pela exibição nas redes sociais, que abrangia desde a oferta de telefones de última geração até a doação de carros, residências e procedimentos estéticos para suas filhas adolescentes.

Fonte por: InfoMoney