A Polícia Federal integrou o pastor Silas Malafaia ao inquérito que investiga Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo por ações contra autoridades, o Supremo Tribunal Federal (STF) e agentes públicos, na tentativa de obstruir o processo que apura a tentativa de golpe de Estado.
Refere-se ao mesmo esquema que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para influenciar a atuação do Judiciário. Os delitos sob análise incluem a coação no decorrer do processo, a obstrução de investigação de organização criminosa e a tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.
O líder da igreja coordenou a manifestação em apoio a Jair Bolsonaro em 3 de agosto, data em que o ex-presidente compareceu por vídeo, transmitido por meio de plataformas digitais de indivíduos distintos. Na sequência, Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro.
Em declarações à imprensa e nas redes sociais, Malafaia afirmou desconhecer formalmente a investigação e negou ter cometido crimes. “Não falo inglês, não tenho contato com autoridades americanas. Isso é mais uma prova de perseguição política”, afirmou à Folha. Ele também criticou Moraes, defendendo seu impeachment e dizendo que o ministro “instituiu o crime de opinião”.
Em vídeo publicado nesta quinta-feira (14), Malafaia declarou: “Escolheram o cara errado. Eu não tenho medo”. Ele questionou a atuação da PF e comparou a situação a regimes autoritários.
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A denúncia contra Eduardo Bolsonaro foi apresentada a pedido da Procuradoria-Geral da República e, em seguida, incorporou Jair Bolsonaro. A Polícia Federal alega que pai e filho agiram de maneira coordenada para influenciar o Supremo Tribunal Federal.
Nos ambientes digitais, os herdeiros do ex-presidente defenderam o religioso. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) escreveu que Moraes “continua investindo tempo e recursos públicos para assediar aqueles que expressam descontentamento com o governo”. Eduardo Bolsonaro declarou que Malafaia somente promoveu uma reunião pacífica e comparou a situação no país com a da Venezuela.
A apuração, aberta em maio e conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes no STF, também visa identificar articulações para buscar sanções internacionais contra o Brasil. A investigação resultou no pedido da PF por prisão domiciliar de Jair Bolsonaro — que acabou sendo primeiramente convertida em medidas cautelares, antes da prisão por violação das condições impostas por Moraes.
Fonte por: InfoMoney