A Prefeitura de São Paulo deu início ao processo de demolição do edifício conhecido como “Caveirão”, situado na região da Sé, no centro da cidade. A administração municipal anunciou nesta quinta-feira (14) a formalização do contrato com a empresa responsável pelos trabalhos. O imóvel particular, incompleto e desocupado, apresenta risco iminente de desmoronamento, segundo a Prefeitura. A reportagem não obteve contato com o empresário Rivaldo Sant’anna, atual proprietário do edifício.
Desprezado há décadas, o esqueleto de concreto passou a ser chamado de “Caveirão” e já serviu de abrigo para famílias em situação de rua em diversas ocasiões. A demolição será conduzida manualmente para preservar os imóveis tombados no entorno, conforme comunicou a Prefeitura. No primeiro mês, a equipe instalará telas de proteção, barreiras e acessos seguros. O prazo para a conclusão da obra é de 300 dias.
O início da demolição marca mais uma fase de um extenso processo judicial. Em janeiro deste ano, a 13ª Vara de Fazenda Pública deferiu o pedido da Procuradoria Geral do Município, que desde 2018 atua na Justiça para que o edifício localizado na Rua do Carmo, nº 93, seja demolido.
A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi concedeu a autorização para a demolição, determinando que o proprietário reembolse a Prefeitura pelas despesas e pague multas pelo descumprimento de decisões judiciais anteriores. Para a Justiça, a demolição é justificada pela precariedade da estrutura do edifício e pelo risco que representa para toda a coletividade.
Edifício da região desabou em 2018.
A construção do edifício-garagem, com 23 andares e um subsolo, iniciou-se em fevereiro de 1964, nos arredores da Catedral da Sé, e estava prevista para ser concluída no ano seguinte, porém não foi finalizada. O imóvel já foi habitado por membros de movimentos de luta por moradia e acolheu mais de 50 famílias, que foram removidas em 2018, após a Prefeitura interditar o local e solicitar a demolição.
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Em 2023, um edifício abandonado na região desabou: o Edifício Wilton Paes de Almeida, situado na Rua do Paixandu. Após um incêndio na madrugada de 1º de maio, o prédio, que antes era a sede da Polícia Federal e estava ocupado pela organização Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), desmoronou, resultando em sete mortos – incluindo duas crianças – e 291 famílias desabrigadas.
Fonte por: InfoMoney