A Localiza (RENT3) divulgou, na noite de ontem (11), os resultados do segundo trimestre de 2025, que apresentaram desempenho superior às projeções do mercado. Até as 12h03, as ações da empresa avançavam 1,50%, a R$ 35,10.
O Itaú BBA classificou como positivo o desempenho da Localiza, que apresentou receita líquida e EBITDA em conformidade com as previsões, com lucro líquido ajustado de R$ 768 milhões, 5% superior às estimativas, em razão de resultados financeiros líquidos melhores do que o esperado.
O BBA mantém cautela sobre a trajetória da companhia, considerando que o consenso para o resultado final deve permanecer entre R$ 3,7 bilhões e R$ 3,9 bilhões no próximo ano, abaixo dos mais de R$ 4,0 bilhões anteriores. A casa também aponta uma possível assimetria negativa, decorrente da combinação de aumento da depreciação, margens baixas em Seminovos, cenário de queda nos preços dos veículos e ambiente macroeconômico desafiador.
A Localiza é negociada a 10 vezes o lucro projetado para 2026, com base em um lucro líquido estimado de R$ 3,7 bilhões. A BBA manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 53.
O BTG observou que os resultados do segundo trimestre de 2025 da Localiza apresentaram um lucro líquido ligeiramente superior ao projetado. As margens do Rent a Car (RAC) se destacaram positivamente (67%), impulsionadas por aluguéis diários mais elevados e pela renovação da frota, que compensaram a redução no volume de veículos.
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O segmento de seminovos obteve receita de R$ 5,1 bilhões, com volume anual estável, porém queda trimestral causada pelo decreto do IPI Sustentável. O governo publicou o decreto em julho, e as vendas já aceleraram. A empresa anunciou impairment de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão no 3T25, correspondente a 1,5% a 1,9% do valor da frota. Apesar da melhoria das margens, a visibilidade sobre preços de usados continua limitada, sendo fator crítico para a confiança dos investidores. O BTG reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 56, projetando recuperação no 2S25.
O Bradesco BBI evidenciou a ampliação das margens nos segmentos RAC Brasil (Aluguel de Automóveis de Curto Prazo) e GTF (Gestão de Frotas) em 1,3 ponto percentual e 1,0 ponto percentual, respectivamente, no período, ao mesmo tempo em que a margem de Seminovos apresentou declínio de 0,4 ponto percentual. A empresa contabilizou uma perda não caixa no valor de R$ 937 milhões relacionada a saldos de impostos diferidos sobre prejuízos fiscais da Locamérica.
O BBI também apontou que a depreciação anualizada por veículo nos segmentos RAC e GTF subiu 3,5% e 2,4% no trimestre, com o aumento da depreciação como percentual do valor do carro em 30 e 20 pontos-base, respectivamente. A superação das expectativas ocorreu principalmente nas margens de RAC e GTF, em despesas financeiras líquidas menores e com uma depreciação apenas 2% superior, sem impacto na taxa efetiva de imposto de renda.
Os volumes de Seminovos diminuíram 8% em comparação com o trimestre anterior, devido ao novo programa IPI Sustentável, porém as vendas aumentaram significativamente em julho, consolidando-se como um dos meses mais fortes de 2025.
O BBI evidenciou um spread de retorno sobre capital investido (RoIC) de 4,1%, acima dos 3,1% registrados em 2024, porém inferior aos 4,4% alcançados no primeiro trimestre.
O BBI manteve a classificação de outperform para a Localiza, com preço-alvo para o final de 2026 em R$ 56,00.
A Ativa Investimentos ressaltou que a Localiza registrou uma receita de R$ 9,9 bilhões no período, crescimento de 9,4% em relação ao ano anterior, conforme o esperado e devido à revisão das tarifas. A frota total da companhia manteve-se em aproximadamente 633 mil veículos.
O EBITDA registrou R$ 3,3 bilhões, com um crescimento de 40,2% em comparação com o ano anterior, devido, sobretudo, às enchentes no Rio Grande do Sul e a uma avaliação de ativos intangíveis ajustada no segundo semestre de 2024. Sem considerar esses impactos não recorrentes, o aumento do EBITDA seria de 20,4% em relação ao ano anterior.
O resultado antes de juros e impostos (EBIT) foi de R$ 2,0 bilhões, impactado na comparação anual por depreciação adicional e perda por redução ao valor justo registrados no segundo trimestre de 2024.
O lucro líquido ajustado foi de R$ 768 milhões, ultrapassando as previsões da Ativa. A adequação inclui a redução de créditos tributários referentes à incorporação da Locamérica, no valor de R$ 937 milhões, sem efeito sobre o fluxo de caixa, o que gerou uma perda contábil de R$ 169 milhões no período.
A XP Investimentos apontou que a Localiza apresentou lucro superior ao esperado no período, com aumento anual de 29%. Contudo, a receita no setor de aluguel de veículos registrou crescimento modesto, acompanhada de diminuição nos volumes e redução nas tarifas, em decorrência de dificuldades econômicas.
A margem EBITDA da RaC apresentou resultado positivo, devido à diminuição dos custos de manutenção. O segmento de seminovos, por outro lado, teve dificuldades, com vendas inferiores ao esperado e redução das margens, ainda que tenha demonstrado recuperação em julho.
Fonte por: InfoMoney