A TV relata que funcionários afirmam que Hytalo Santos recebia bagagens contendo dinheiro e joias
Ex-colaboradores denunciam esquema de exploração e manipulação de crianças e adolescentes; Ministério Público apura adultização e trabalho infantil.
A prisão do influenciador digital Hytalo Santos, que ocorreu na última sexta-feira (15) em Carapicuíba (SP), evidenciou indícios de um esquema complexo de exploração de crianças e adolescentes, conforme denúncias apresentadas pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (17).
Investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde dezembro de 2024 por suspeitas de trabalho infantil e exploração sexual, Hytalo foi o centro de um escândalo após a publicação de um vídeo de denúncia pelo youtuber Felca, no início deste mês, que abordava a chamada “adultização de crianças” nas redes sociais.
Ex-colaboradores do influenciador, ouvidos em sigilo pela reportagem, afirmaram ter observado malas e sacolas contendo dinheiro e joias na residência de Hytalo. Um deles descreveu a casa como um ambiente onde adolescentes eram submetidos a um controle rigoroso, sem acesso a telefones celulares e sob vigilância constante.
“Quando as situações não ocorriam da maneira que ele desejava”, declarou um dos relatos.
A residência também apresentava condições insalubres, com acúmulo de lixo e acesso irrestrito de menores a bebidas alcoólicas. Um dos casos relatados envolvia uma adolescente que teria engravidado durante a permanência no local.
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Realidade simulada
De acordo com o procurador do trabalho Flávio Gondim, o ambiente mantido por Hytalo e seu marido, Israel Nata Vicente (também preso), operava como um reality show não declarado, com a monetização de vídeos nas redes sociais e a exploração da presença de menores para obter diversas fontes de renda.
“É inegável a existência de um vínculo empregatício”, declarou Gondim.
Jovens eram vistos em vídeos com produção profissional, e as famílias recebiam mesadas para possibilitar que os filhos morassem na residência do influenciador, conforme apurado pela Globo.
Anulação de evidências
A Promotoria de Justiça determinou a prisão preventiva de Hytalo em razão do risco de obstrução das investigações. O influenciador e seus colaboradores estariam intimidando testemunhas e destruindo evidências, o que justificou a ação imediata do Poder Judiciário.
Antes da detenção, quatro adolescentes residiam na casa com o casal e outros indivíduos. Havia, no total, doze pessoas no imóvel.
Fonte por: InfoMoney