Abbud afirma que a gestão se tornou mais focada no Patria e menos em indivíduos

Abbud declara que modificações internas não impactam a direção estratégica dos Fundos de Investimento Imobiliário.

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A equipe de fundos imobiliários do Patria Investimentos, responsável por ativos como o HGLG11 (Patria Log) e o HGRU11 (Patria Renda Urbana), sofreu alterações na última semana. Os gestores Augusto Martins e Bruno Margato, que antes lideravam a operação diária dos fundos, assumiram agora funções na área de Parcerias Estratégicas.

Em entrevista ao InfoMoney, Rodrigo Abbud, head de fundos imobiliários do Patria, declarou que a mudança faz parte do processo de institucionalização da gestão, que começou com a aquisição da VBI em 2022 – operações de aquisição que elevaram o portfólio imobiliário da empresa de aproximadamente R$ 500 milhões para R$ 30 bilhões em ativos sob gestão no Brasil.

Trata-se de uma evolução natural do desenvolvimento da nossa empresa. O gerenciamento dos fundos tem se tornado cada vez mais do Patria, e menos associado a nomes específicos. É um trabalho de uma equipe de 50 pessoas, e não de uma figura individual, afirmou Abbud, citando como exemplo o modelo dos REITs americanos, nos quais a operação não depende de um gestor de referência.

A gestão do REIT da Blackstone, com bilhões sob gestão, não é de responsabilidade de uma única pessoa, sendo a estrutura que executa as operações, segundo adverte.

A Patria adquire gestora da Vectis e totaliza R$ 25 bilhões em gestão de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).

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Adicionalmente, Abbud comenta que as alterações na equipe não alteram a estratégia dos fundos. “Não temos mudanças operacionais, pois as decisões sempre foram tomadas pelo Comitê de Investimento do Patria, que inclui não só a equipe de Real Estate, mas também outras lideranças e sócios da gestora. Então, nesse sentido, nada muda. O que nos trouxe até aqui é o que continuará alavancando o crescimento.”

Os novos cargos de Martins e Margato visam identificar e concretizar negócios de grande porte, que se estendem além das operações cotidianas. A tarefa consiste em encontrar sócios e parcerias estratégicas que gerem impacto significativo no portfólio, como foi o caso do desenvolvimento de 100 mil m² para o Mercado Livre em Salvador.

O foco é na consolidação, com a HGLG11 visando R$ 10 bilhões.

O executivo afirma que o HGLG11, com R$ 5,6 bilhões em patrimônio e 500 mil cotistas, manterá o mesmo caminho que o levou à posição de destaque no mercado.

A única diferença será o porte: quanto maior o fundo, mais oportunidades se abrem, inclusive para desenvolvimento de ativos, sem prejudicar a distribuição mensal. “Teremos uma mudança em termos de volume”, disse.

A meta atual é ultrapassar a marca de R$ 10 bilhões no HGLG11, buscando, ao mesmo tempo, otimizar e fortalecer os portfólios.

O Fundo Imobiliário MALL11 passou por alterações: a Patria assume a gestão e o fundo receberá um novo nome.

A queda em cotas reflete um cenário macroeconômico.

A recente queda nos preços das cotas da Patria Malls (PMLL11) não o preocupa. Para ele, o movimento reflete principalmente o cenário macroeconômico e ajustes do mercado, e não vulnerabilidades específicas do fundo ou do setor.

O mercado imobiliário, em nível operacional, apresenta uma reação muito positiva. Os shoppings estão com boas vendas, os galpões logísticos continuam sendo alugados e até os escritórios, que vinham de um patamar mais baixo, demonstram recuperação. Não houve mudanças significativas — pelo contrário, as notícias têm sido positivas.

Abbud recorda que o primeiro semestre apresentou resultados positivos para o segmento, com o IFIX recuperando parte das perdas e corrigindo distorções. Contudo, segundo ele, o cenário político-econômico, tanto no Brasil quanto no exterior, diminuiu algumas expectativas. “Acredito que não foi o Patria Malls que enfrentou dificuldades, foi o setor. E afirmo mais: até o varejo tradicional sentiu isso.”

Ele cita como exemplo o HGLG11, que chegou a se aproximar do preço de negociação sobre valor patrimonial (P/VP) de 98%, mas recuou para a faixa de 93% a 94%. “Cada ponto percentual faz diferença, especialmente para uma emissão. Estávamos empurrando para chegar lá, mas voltamos dois degraus. Isso é mais uma correção global, influenciada por diversos fatores”, conclui.

Fonte por: InfoMoney

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