Allos registrou queda de 39% no lucro líquido no segundo trimestre, ainda que manteve o fluxo de caixa operacional
A empresa obteve um lucro líquido de R$ 186,7 milhões no período compreendido entre abril e junho.
A Allos (ALOS3) registrou queda de 39% no lucro líquido no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior, devido a maiores custos financeiros e à forte performance do ano anterior, ainda que tenha mantido o fluxo de caixa operacional.
A empresa obteve lucro líquido de R$ 186,7 milhões no período de abril a junho, conforme divulgado no relatório de resultados nesta quarta-feira, superando a expectativa média de analistas de R$ 125,8 milhões, segundo estimativas da LSEG.
O fluxo de caixa operacional (FFO) apresentou um resultado positivo de R$305 milhões, praticamente estável em comparação com o ano anterior (+1,9%), com margem em declínio para 46,4%, de 49,4% no mesmo período do ano anterior. Por outro lado, o FFO totalizou R$0,61, representando um aumento de 8,8% em relação ao ano anterior. Os dados não incluem ajustes referentes a aluguel linear.
“No ano anterior, estávamos em um processo de desinvestimento de ativos bastante robusto, e o impacto dessas vendas foi transitando pelo resultado durante vários trimestres”, declarou Daniella Guanabara, diretora financeira da Allos, em entrevista à Reuters.
A executiva mencionou que o aumento das taxas básicas nesse período também contribuiu para o incremento da despesa financeira, afetando a última linha do balanço. “Era inevitável, mas o ponto que conseguimos foi compensar parte desse aumento da Selic com o reperfilamento da dívida”, declarou.
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A despesa financeira da Allos aumentou 38% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos últimos dois anos e meio, a operadora de shoppings emitiu mais de R$4 bilhões em dívidas com custos mais baixos e prazos mais longos em relação às dívidas anteriores, conforme divulgado pela CFO.
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Em julho de 2024, a Allos anunciou a emissão de até R$2,5 bilhões em debêntures, destinados ao reestruturação da dívida e/ou fortalecimento do fluxo de caixa.
Após a série de vendas de ativos no ano passado, a Allos não está com “pressa para fazer desinvestimento”, declarou a executiva, afirmando que a empresa vai avaliar oportunidades, caso surjam, mas observando que a taxa de juros em 15% ao ano não tem ajudado o cenário para tais operações.
“Eu também tenho hoje, mesmo retornando 80% do FFO, uma situação de balanço muito confortável”, acrescentou.
As vendas totais dos lojistas, excluindo o Araguaia Shopping, em Goiânia, e Rio Design Leblon, no Rio de Janeiro, atingiram R$10,1 bilhões no segundo trimestre, representando um crescimento de 9,5% em relação ao ano anterior. Nas lojas do mesmo conceito, as vendas aumentaram 7,1%, impulsionando o resultado em comparação com o aumento de 3,9% registrado no ano anterior.
Paralelamente, após a divulgação dos resultados do trimestre, a Allos comunicou em fato relevante que firmou novos contratos para projetos multiuso durante o primeiro semestre deste ano, o que fez com que a empresa aumentasse suas projeções de receitas com esses projetos para R$433 milhões, a serem executados entre 2025 e 2036, em comparação com R$318 milhões anteriormente.
Fonte por: InfoMoney