Analistas mantêm perspectiva positiva em relação à Renner, mesmo com oscilações temporárias
O clima do mercado tende a seguir sendo instável até que os investidores concluam as análises mais complexas do terceiro trimestre de 2025.
Apesar da reação negativa na sessão pós-resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25) e alguns ruídos de curto prazo, analistas do Santander e do Goldman Sachs mantiveram a recomendação de compra e uma visão otimista para a Lojas Renner (LREN3) após o balanço.
A análise do Santander aponta que as características positivas do setor de vestuário, incluindo baixo volume de ticket médio, a importância de datas comemorativas e a baixa dependência de crédito, devem sustentar o desempenho positivo da companhia.
Contudo, o banco aponta que o sentimento do mercado pode continuar instável até que os investidores concluam as análises mais complexas do terceiro trimestre de 2025, mas os receios de uma queda acentuada no comércio de varejo na segunda metade de 2025 parecem excessivos.
A instituição projeta crescimento de 16% no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no segundo semestre deste ano, com base na melhoria da execução e na resiliência do segmento de vestuário.
Apesar de diminuir em 5% a projeção de lucro por ação para 2026 e alterar o preço-alvo de R$ 24,30 para R$ 24,00, o Santander mantém a recomendação de outperform (superar o desempenho médio do mercado, similar à compra), ressaltando que a ação ainda apresenta múltiplos atraentes de 9,6 vezes Preço/Lucro esperado para 2026.
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Apesar desses riscos, o Santander acredita que a Renner deve continuar com uma trajetória positiva. Embora as condições do consumidor estejam se deteriorando, o Santander destaca que a empresa se beneficia de características próprias do setor de vestuário. O banco também lembra que o mercado já precifica um 3T25 mais fraco para a companhia.
O Santander projeta 6% de crescimento nas vendas mesmas lojas (SSS) no 3T25, estável em relação à previsão anterior, com retomada do crescimento de EBITDA e EPS a partir do 4T25. A entrada da H&M não deve alterar esse cenário, e a instituição não vê espaço para a volta da isenção de imposto para compras internacionais de até US$ 50, dado que o setor de varejo já enfrenta desaceleração generalizada.
O Goldman Sachs reafirma sua perspectiva otimista e sugere a aquisição das ações da Lojas Renner, com meta de R$ 21. Apesar de um comparativo mais rigoroso no terceiro trimestre de 2025, o banco americano acredita que a empresa pode alcançar um crescimento de EBITDA ajustado de aproximadamente 20% ao ano no segundo semestre de 2025 e 11% em 2026.
O banco planeja também melhorias progressivas no ciclo de capital de giro, sustentadas pela amadurecimento do novo modelo de cadeia de suprimentos. Com expansão de área projetada em 3% ao ano entre 2025 e 2027, ganhos contínuos de margem provenientes da logística e otimização operacional, prevê-se um crescimento de lucro por ação (EPS) de 16% no mesmo período.
A administração espera que a margem bruta continue crescendo no 2S25, contudo com menor intensidade em relação ao 1S25. O Goldman projeta ganho de cerca de 30 pontos-base no semestre, totalizando expansão de aproximadamente 50 pontos-base no acumulado de 2025. A menor expansão reflete, em parte, a base de comparação do 3T24, que registrou margem bruta recorde, especialmente nos formatos Renner e Camicado. Para 2026, há espaço para ganhos incrementais modestos, estimados em 10 pontos-base, à medida que a empresa reinveste parte das eficiências em sua proposta de valor.
O desempenho do 2T25 foi prejudicado por maiores encargos legais e custos com o plano de ações restritas, em virtude da avaliação das ações, o que impediu um crescimento de aproximadamente 6% ao ano.
A administração enfatizou que manterá a seletividade na concessão de crédito, com maior ênfase em private label para sustentar a operação do varejo. O Goldman considera que a Realize continua sendo um motor relevante de crescimento, caso o cenário macroeconômico se apresente favorável, principalmente devido à sua capacidade de impulsionar as vendas do varejo.
Para o 2S25, a companhia projeta que a Resolução 4.966 do Banco Central terá impacto limitado no resultado, com expectativa de resultado de financiamento ao consumidor de R$ 169 milhões, em comparação com R$ 309 milhões no 1S25.
Fonte por: InfoMoney