Argentina apresenta superávit primário consecutivo durante sete meses; a arrecadação diminui
A principal variação indica uma premissa de déficit zero do presidente Javier Milei, contudo, especialistas alertam para a diminuição das arrecadações.
O governo argentino obteve um superávit primário de 1,75 trilhão de pesos (aproximadamente US$ 1,27 bilhão) em julho, representando o sétimo mês consecutivo de saldo positivo nas contas públicas em 2025. A informação foi divulgada na última segunda-feira (18) pelo Ministério da Economia e confirma a meta do presidente Javier Milei de manter o “déficit zero” como âncora fiscal.
Apesar do superávit primário, o resultado financeiro foi negativo em 168,5 bilhões de pesos, refletindo o pagamento de quase 1,92 trilhões de pesos em juros da dívida. No acumulado de janeiro a julho, o setor público nacional apresenta superávit primário de 1,1% do PIB e superávit financeiro de 0,3% do PIB.
O ministro da Economia, Luis Caputo, apontou que o superávit primário de julho aumentou 41% em termos reais em comparação com o mesmo mês de 2024, devido a um crescimento de 2,8% nas receitas totais e a uma redução de 1,3% nos gastos primários. As despesas sociais avançaram 5,7% em termos reais, mantidas mesmo em um cenário de ajuste, enquanto os subsídios econômicos diminuíram 15,4% na comparação anual, impulsionados pela queda de 34% nos subsídios energéticos.
Analistas do Itaú BBA apontam para a redução da arrecitação. No trimestre finalizado em julho, as receitas totais diminuíram 5,1% em termos reais em comparação com o mesmo período de 2024, após uma queda de 3,8% no segundo trimestre. A arrecadação de impostos recuou 5,7% em termos reais, influenciada por uma base de comparação elevada do setor financeiro no ano anterior.
As despesas apresentaram ajuste consistente. Os gastos primários diminuíram 7,3% em termos reais no período, impulsionados por reduções significativas em investimentos (-41,6% em comparação com o ano anterior), folha de pagamento (-11,7%) e subsídios energéticos (-50,4%). Por outro lado, os pagamentos de pensões aumentaram 16,7% em termos reais, devido à queda da inflação, e as transferências a estados avançaram 3%.
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O Itaú BBA projeta superávit primário de 1,6% do PIB em 2025, em linha com a meta oficial. O banco destaca, no entanto, que a desaceleração das receitas se dá em um cenário de menor atividade econômica, o que demanda atenção redobrada do governo.
Fonte por: InfoMoney