A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou neste domingo, 17, que a União Europeia continuará seu apoio à Ucrânia “enquanto for necessário”, enfatizando que o país tem direito à sua integridade territorial e que “as fronteiras não podem ser alteradas pela força”.
A declaração, enfatizada pelo jornal The Guardian, foi proferida em coletiva de imprensa ao lado do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, em um momento de significativas discordâncias com a posição do presidente americano, Donald Trump, que defende que Kiev entregue territórios à Rússia em troca da paz. O discurso do americano ocorreu horas após seu encontro com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca, na última sexta-feira, 15.
Zelenski e Trump têm marcado um encontro em Washington na segunda-feira, 18, com a presença de líderes europeus como von der Leyen, Emmanuel Macron, presidente da França e Friedrich Merz, chanceler da Alemanha.
Essas são decisões que devem ser tomadas pela Ucrânia e somente pela Ucrânia. Não podem ser decididas sem o país na mesa, afirmou. Ela também elogiou a disposição de Trump em oferecer garantias de segurança semelhantes às da OTAN, mas reforçou que a UE seguirá pressionando Moscou, inclusive com o 19º pacote de sanções já em preparação.
A chefe do executivo europeu destacou que Kiev deve prosseguir no reforço de suas forças militares — “um porco-espinho de aço indigesto para invasores potenciais” — e assegurou que a União Europeia continuará expandindo a capacidade de defesa da Ucrânia, notadamente no âmbito dos drones. Ademais, reiterou que o processo de adesão do país à União Europeia permanece em curso, o que constituiria uma garantia de segurança estratégica.
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Zelenski, por sua vez, rejeitou qualquer chance de entregar territórios, afirmando que a Constituição da Ucrânia torna inviável negociar áreas. “A questão territorial só pode ser debatida entre Ucrânia e Rússia, com os Estados Unidos atuando como mediadores”, declarou o presidente, enfatizando a necessidade de um alto-horário antes de qualquer “acordo definitivo”.
É fundamental que a Europa permaneça tão unida quanto em fevereiro de 2022, para evitar mais mortes, afirmou Zelenski, acrescentando que Putin mantém “muitas exigências, mas não as conhecemos todas”. Segundo ele, a “direção estratégica” da Rússia é “antieuropeia” e, por isso, deve ser limitada. Também ressaltou que não pode haver divisão entre Moldávia e Ucrânia.
A postura se opõe à declaração de Trump, após seu encontro com Vladimir Putin no Alasca, que sugeriu que a Ucrânia deveria “assinar um acordo” e ceder territórios como Donetsk e Luhansk, alegando que “a Rússia é uma potência, eles não”.
A proposta foi recusada por Kiev e recebeu críticas de chefes de Estado europeus, que identificam perigos em dialogar com o conflito em curso.
Fonte por: InfoMoney