Assassinato de Miguel Uribe causa choque e revive lembranças de violência política; compreenda o caso

Senador e candidato à Presidência foi vítima de atentado em junho.

11/08/2025 14:04

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O senador colombiano Miguel Uribe, de 39 anos, pré-candidato à Presidência e um dos principais nomes da oposição ao governo Gustavo Petro, faleceu na segunda-feira (11) em razão de um tiro na cabeça sofrido durante um comício em Bogotá, em junho.

O ex-presidente Álvaro Uribe classificou Miguel como “esperança da pátria” e ressaltou sua integridade: “É um grande marido, pai, filho e companheiro de trabalho”. O senador deixa um filho de dois anos.

O assassinato revive recordações dos anos de violência política na Colômbia, período em que cinco candidatos presidenciais foram mortos entre 1948 e a década de 1990, muitos em ataques relacionados ao tráfico de drogas. O caso é considerado um dos momentos mais obscuros da política colombiana no século XXI.

Um adolescente de 15 anos, cuja identidade não foi divulgada, cometeu o crime no bairro Modelia, na capital colombiana, ao disparar contra o político. O agressor, conforme relatório do jornal El Tiempo, reside com uma tia desde a morte da mãe; o pai encontra-se fora do país.

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Tragédia pessoal e raízes políticas.

Uribe viveu com a violência desde a infância. Aos quatro anos, perdeu a mãe, a jornalista Diana Turbay, falecida após uma operação de resgate após ser sequestrada sob a ordem do narcotraficante Pablo Escobar. O incidente foi relatado por Gabriel García Márquez no livro Notícia de um Sequestro.

Neto do ex-presidente Julio César Turbay (1978–1982), Miguel Uribe completou o curso de Direito, obteve o título de mestrado em Harvard e desenvolveu trajetória política como vereador de Bogotá, secretário de governo e candidato a prefeito. Em 2022, foi eleito senador pelo Centro Democrático, partido de direita liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe — sem relação com o jovem político.

Carreira e posicionamento ideológico

No Congresso, Miguel Uribe se notabilizou como crítico veemente da esquerda e dos acordos de paz de Petro com grupos guerrilheiros. Apogava-se por políticas de posição inflexível contra a criminalidade e medidas mais severas para a segurança pública. Em 2023, declarou sua pré-candidatura à presidência com o slogan “A Colômbia tem futuro”.

Recordou, momentos antes de ser atingido, a morte da mãe e relatou ter sentido a violência em sua própria pele. Em entrevistas, expressava ter perdoado os autores do crime, defendendo a reconciliação como caminho para seguir adiante.

Fonte por: InfoMoney

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