Assassinato de Miguel Uribe causa choque e revive lembranças de violência política; compreenda o caso
Senador e candidato à Presidência foi vítima de atentado em junho.
O senador colombiano Miguel Uribe, de 39 anos, pré-candidato à Presidência e um dos principais nomes da oposição ao governo Gustavo Petro, faleceu na segunda-feira (11) em razão de um tiro na cabeça sofrido durante um comício em Bogotá, em junho.
O ex-presidente Álvaro Uribe classificou Miguel como “esperança da pátria” e ressaltou sua integridade: “É um grande marido, pai, filho e companheiro de trabalho”. O senador deixa um filho de dois anos.
O assassinato revive recordações dos anos de violência política na Colômbia, período em que cinco candidatos presidenciais foram mortos entre 1948 e a década de 1990, muitos em ataques relacionados ao tráfico de drogas. O caso é considerado um dos momentos mais obscuros da política colombiana no século XXI.
Um adolescente de 15 anos, cuja identidade não foi divulgada, cometeu o crime no bairro Modelia, na capital colombiana, ao disparar contra o político. O agressor, conforme relatório do jornal El Tiempo, reside com uma tia desde a morte da mãe; o pai encontra-se fora do país.
Leia também:

O governo Trump afirma que medidas estão sendo implementadas para facilitar o encontro entre Zelensky e Putin

Em uma ou duas semanas, teremos conhecimento se conseguiremos solucionar isto, afirma Trump sobre Ucrânia

Após conversa com Zelensky, Trump acredita ver “boa chance” de acordo, segundo cessão da Crimeia
Tragédia pessoal e raízes políticas.
Uribe viveu com a violência desde a infância. Aos quatro anos, perdeu a mãe, a jornalista Diana Turbay, falecida após uma operação de resgate após ser sequestrada sob a ordem do narcotraficante Pablo Escobar. O incidente foi relatado por Gabriel García Márquez no livro Notícia de um Sequestro.
Neto do ex-presidente Julio César Turbay (1978–1982), Miguel Uribe completou o curso de Direito, obteve o título de mestrado em Harvard e desenvolveu trajetória política como vereador de Bogotá, secretário de governo e candidato a prefeito. Em 2022, foi eleito senador pelo Centro Democrático, partido de direita liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe — sem relação com o jovem político.
Carreira e posicionamento ideológico
No Congresso, Miguel Uribe se notabilizou como crítico veemente da esquerda e dos acordos de paz de Petro com grupos guerrilheiros. Apogava-se por políticas de posição inflexível contra a criminalidade e medidas mais severas para a segurança pública. Em 2023, declarou sua pré-candidatura à presidência com o slogan “A Colômbia tem futuro”.
Recordou, momentos antes de ser atingido, a morte da mãe e relatou ter sentido a violência em sua própria pele. Em entrevistas, expressava ter perdoado os autores do crime, defendendo a reconciliação como caminho para seguir adiante.
Fonte por: InfoMoney