Barroso revela que tentou alertar Lula sobre aposentadoria
Ministro afirma que presidente da República “suspeitava” de saída antecipada da Corte. Leia na íntegra no Poder360.

Ministro Barroso Antecipa Aposentadoria do STF
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), anunciou nesta quinta-feira, 9 de outubro de 2025, que irá antecipar sua aposentadoria da Corte. Em declarações à imprensa, Barroso afirmou que sentiu a hora de “seguir outros rumos”, buscando uma vida com menos exposição e obrigações do cargo. A decisão ocorre após 12 anos na Corte, desde sua posse em 26 de junho de 2013, indicação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Tentativas de Conversa com o Presidente Lula
Barroso revelou que, há dois anos, já havia conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a possibilidade de sair da Corte após sua gestão na presidência do STF. Ele mencionou ter dito ao presidente, em 4 de outubro, que precisava discutir um assunto importante. A tentativa de audiência marcada para a quarta-feira, 8 de outubro, foi desmarcada devido a questões políticas.
Sanções e Vínculos Acadêmicos
O ministro também comentou sobre as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos – como a revogação do visto – e seus vínculos com universidades norte-americanas. Barroso afirmou que essas sanções “não fizeram nenhuma diferença” para sua decisão, embora reconheça que não são indiferentes, devido a esses vínculos. Ele espera que a situação se resolva, pois acredita que o STF cumpriu seu dever.
Sugestões para o Sucessor e Decisão Divisiva
Sobre o possível sucessor, Barroso disse que Lula fez boas indicações em seu terceiro mandato, mencionando a competência de diversas mulheres e homens. Ele vê com simpatia a escolha de uma mulher, mas ressalta que não quer excluir outros candidatos com merecimento. Barroso também sinalizou que a antecipação de seu voto poderia ser uma decisão divisiva, podendo criar um ambiente mais turbulento no país.
Histórico e Legado no STF
Antes de assumir o STF em 2013, Barroso atuava como professor de direito constitucional da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e se destacava por sua atuação em ações de grande repercussão no Supremo, como a extradição do italiano Cesare Battisti e no julgamento que reconheceu a união estável de casais homoafetivos. O ministro, com 67 anos, busca agora novos rumos após 12 anos na Corte.
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