O Bradesco BBI apontou que o desempenho do segundo trimestre de 2025 (2T25) foi favorável em vários setores e manteve a recomendação de superaquecimento (exposição superior à média do mercado, similar à compra) para as ações brasileiras.
O banco incluiu a Motiva (MOTV3) no portfólio na América Latina, destacando o volume significativo de cotas e a exposição ao ciclo de juros, com taxa interna de retorno real projetada entre 12% e 13% e prazo de 10 anos, superior aos 7 anos do Ibovespa.
A Energisa (ENGI11) foi removida da carteira devido a potenciais efeitos no valor presente líquido (NPV) resultantes de alterações nos cálculos de eficiência da Aneel.
O Brasil é apontado como a principal oportunidade, com um portfólio diversificado que inclui investimentos em setores sensíveis à taxa de juros, mercado de capitais e empresas estatais, explorando os impulsionadores do segundo semestre.
LEIA TAMBÉM!
MRV (MRVE3) registra alta de 21% em agosto e 36% em 2025: qual o limite do preço da ação?
Índice futuro do Dow Jones retrocede aguardando resultados de empresas do varejo e ata do Federal Reserve
Robôs geram lucros expressivos no day trade, cenário contrastante com a queda ampla da Bovespa
Desempenho do segundo trimestre de 2025 superou as projeções.
O lucro consolidado das empresas do Ibovespa no segundo trimestre de 2025 (2T25) apresentou aumento de 23% em comparação com o mesmo período do ano anterior, ultrapassando as projeções em 17%, considerando a robustez da atividade econômica. Os resultados mais expressivos foram observados nos setores domésticos, com destaque para Food Retail & Consumer (97%) e Real Estate (55%), além de Materiais (34%) e Energia (22%). As poucas negativas em relação às previsões tiveram menor impacto.
Apesar dos resultados superiores às expectativas, o Bradesco BBI destacou que os investidores não sempre premiaram as empresas. Entre os casos, Klabin (KLBN11), Vale (VALE3), Embraer (EMBR3) e Porto Seguro (PSSA3) apresentaram desempenho operacional melhor do que o previsto, foram classificadas como outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) pelo banco, mas tiveram desempenho abaixo da média após a divulgação dos números.
Indicadores de arrefecimento econômico
Com base em desempenhos positivos no primeiro semestre de 2025, os recentes dados sugerem uma desaceleração mais significativa da economia, já influenciada pelas taxas de juros reais elevadas globalmente.
A equipe de Economia do BBI revisou para baixo as projeções de crescimento, sinalizando uma desaceleração considerável nos próximos trimestres, o que deverá impactar as estimativas de lucros voltadas para o mercado doméstico, apesar do impacto restrito das tarifas comerciais americanas.
O Bradesco BBI, contudo, enxerga essa desaceleração como positiva, uma vez que os mercados acionários não refletem diretamente a economia, e a menor atividade pode possibilitar cortes de juros e uma reavaliação de valuation.
Tom ainda construtivo
O BBI apontou que o comportamento dos investidores locais em relação às ações brasileiras permanece construtivo, mesmo após o desempenho inferior a oito pontos percentuais em relação aos mercados emergentes desde julho. De acordo com o banco, essa situação se deve primariamente à valorização do dólar e à diminuição de fluxos para mercados emergentes, e não a fatores específicos do Brasil.
Sob a ótica dos investidores, o país pode se beneficiar em um cenário de aterrissagem suave da economia dos Estados Unidos, dólar mais fraco e diversificação de fluxos. Eles têm preferido ações que conciliam carry e dividendos, com exposição aos catalisadores esperados para a segunda metade do ano. Essa leitura é compartilhada pelo Bradesco BBI, que aponta utilities cíclicas e pagadoras de dividendos entre as preferências.
Fonte por: InfoMoney