Bolívia: Oposição acusa governo Arce de “plano fraudulento” e de sabotar eleições

Samuel Doria Medina, principal pesquisador na área, solicita intervenção no Tribunal Superior Eleitoral boliviano.

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A três dias das eleições gerais na Bolívia, a tensão política se intensificou. A Aliança Unidade, que apoia a candidatura presidencial do empresário opositor Samuel Doria Medina, acusou o governo de Luis Arce de articular um “plano de fraude” para sabotar o pleito.

A coligação declarou, em comunicado nas redes sociais, que vídeos produzidos por “operadores governistas” circulam na internet com cenas que supostamente mostram manipulação de material eleitoral por membros da oposição.

Alertamos que o plano contempla outras medidas semelhantes ou piores, como o uso de material eleitoral em nossos comitês de campanha. Repudiamo essa intromissão inaceitável do governo Arce no processo eleitoral. Solicitamos ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) que rejeite com firmeza essa tentativa governamental de sabotar as eleições de domingo.

A plataforma Brasil Verifica confirmou que conteúdos publicados no TikTok, que mostram cédulas já marcadas a favor de Doria Medina, são falsos. De acordo com a verificação, o tribunal eleitoral mantém todo o material eleitoral sob custódia, o que inviabiliza qualquer adulteração antes da votação.

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Competição intensa.

Doria Medina, com 66 anos, lidera as pesquisas, empatando tecnicamente com o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (2001-2002), da aliança Livre. O Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Arce, lançou o ex-ministro do Interior Eduardo del Castillo como candidato. As pesquisas, contudo, não o colocam entre os favoritos para um possível segundo turno.

Na última quinta-feira (14), Arce trocou a cúpula das Forças Armadas e, em pronunciamento, afirmou que respeitaria o resultado das eleições.

O presidente declarou: “Que aqueles de nós que entramos pela porta desta Casa Grande também saiam pela porta e deixem o legado democrático para todo o povo boliviano”.

O governador renunciou à sua candidatura à reeleição diante de uma severa crise econômica. O país sofre com a escassez de dólares, a carência de combustíveis e a maior inflação em décadas, com valores expressivos nos preços do básico.

Eleições em meio à crise.

Os bolivianos votarão neste domingo (17) para eleger presidente, vice-presidente e parlamentares para o próximo quinquênio. O pleito será crucial não apenas para determinar a sucessão de Arce, mas também para apontar o curso econômico e político de um país em seu momento mais crítico desde a crise social de 2019.

Fonte por: InfoMoney

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