Brasil Enfatiza Importância do Comércio com EUA
BUENOS AIRES – O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou nesta sexta-feira (7) a dependência dos Estados Unidos da carne brasileira para a produção de hambúrgueres, destacando o impacto potencial do imposto de 50% imposto pelo governo Donald Trump nos preços da carne nos EUA. “A carne brasileira é destinada principalmente ao processamento, especialmente para hambúrgueres e almôndegas. Uma carne tão específica pode levar a um remanejamento, resultando em falta de carne para consumo direto”, afirmou o ministro durante o Fórum de Buenos Aires.
Fávaro enfatizou que, apesar das tarifas, os Estados Unidos continuam comprando volumes significativos de carne do Brasil, devido à competitividade e à qualidade do produto brasileiro. “As exportações brasileiras para os EUA, em carne, mantêm-se relevantes.
A carne brasileira é competitiva em termos de qualidade e preço,” declarou.
O ministro destacou que o imposto americano teve um impacto limitado na pecuária brasileira, devido à expansão de acordos comerciais e à abertura de novos mercados internacionais. “Quase não houve impacto na pecuária brasileira devido às tarifas de 50%.”
A exportação de carne bovina in natura do Brasil atingiu 320,6 mil toneladas em outubro, representando um crescimento de 18,6% em comparação com o ano anterior, estabelecendo um novo recorde após o desempenho de setembro. Enquanto isso, a China aumentou suas compras, com um aumento de quase 40% nas exportações para o país, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados na quinta-feira (6).
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Fávaro acredita que a continuidade do comércio entre Brasil e EUA é benéfica para os consumidores americanos e para os produtores brasileiros. “O Brasil continua sendo um grande exportador, e essa situação impacta a inflação das carnes nos Estados Unidos. Acredito que a repactuação será positiva para ambos os países.”
As declarações ocorrem em meio às negociações iniciadas após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia, onde ambos expressaram interesse em revisar as tarifas sobre produtos brasileiros e restaurar o equilíbrio comercial entre as maiores economias das Américas.
