Candidato de Evo sofre hostilidades em sede eleitoral na Bolívia
Andrónico Rodríguez é denominado “traidor” por ter votado em Entre Ríos, após divergência com Morales.
O senador e candidato à presidência da Bolívia, Andrés Rodríguez, sofreu vaias e lançamento de pedras na domingo (17) ao comparecer para votar no município de Entre Ríos, no Trópico de Cochabamba, região tradicionalmente associada ao ex-presidente Evo Morales (2006–2019).
A agressividade do público evidenciou o nível de rejeição ao ex-aliado de Morales, agora denominado por integrantes da militância como “traidor”.
Rodriguez chegou atrasado para votar na escola José Carrasco, após uma explosão registrada nos arredores do local, sob investigação pela polícia boliviana.
Ao se preparar para conceder entrevista à imprensa, foi cercado por eleitores revoltados que arremessaram pedras e proferiram palavras de ordem. A equipe de segurança o removeu rapidamente.
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O automóvel que o esperava também foi atingido por pedras. Rodríguez não conseguiu falar com jornalistas e deixou a área sem prestar depoimentos.
Explosão e ameaça.
Imediatamente antes da chegada do candidato, um artefato explosivo foi detonado perto da escola José Carrasco. O promotor Juan Carlos Campero informou que o incidente não causou vítimas nem prejuízos materiais, e a votação continuou.
A campanha por votos nulos, liderada por Evo Morales, apresentou grande destaque na região. Relatos à imprensa local indicaram ameaças de incêndio de urnas caso o voto nulo não atingisse a maioria em Entre Rios, intensificando a atmosfera de incerteza no período eleitoral.
De herdeiro político a alvo da militância.
Após ser visto por anos como o herdeiro natural de Evo Morales, Andrônico Rodríguez decidiu lançar sua própria candidatura pela aliança de esquerda Popular, sem o consentimento de Morales, que está impedido de concorrer devido a questões constitucionais e sem apoio partidário.
A crise se manifestou publicamente. Morales acusou o ex-aluno de “traidor” e iniciou a promoção da anulação dos votos como forma de protesto político. O movimento intensificou a fragmentação do campo de esquerda boliviano e tornou Rodríguez um alvo da militância mais próxima do ex-presidente.
Controvérsia instaurada.
As eleições de domingo são vistas como as mais desiguais desde 2006 e podem resultar na primeira vez que a esquerda perde há quase duas décadas.
Com o presidente Luis Arce afastado da disputa e o recuo do MAS, lideranças opositoras como Samuel Doria Medina (Unidade) e Jorge “Tuto” Quiroga (Livre) surgem nas pesquisas como principais concorrentes para um eventual segundo turno.
Rodriguez, apesar de sua forte posição como principal nome da esquerda, figura entre a terceira e a quarta colocação nas intenções de voto.
Mais de 7,5 milhões de eleitores na Bolívia e outros 369 mil no exterior participarão das eleições para escolher o presidente, o vice e os parlamentares da Assembleia Legislativa Plurinacional.
Fonte por: InfoMoney