Casas Bahia (BHIA3) registrou prejuízo de R$ 555 milhões no segundo trimestre, sob o impacto das altas taxas de juros

A empresa revelou suas informações na noite de quarta-feira (13).

13/08/2025 21:40

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A Casas Bahia (BHIA3) anunciou nesta quarta-feira uma perda líquida de R$555 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$37 milhões obtido um ano antes, em resultado impactado por juros altos e por uma comparação desfavorável.

Apesar da evolução operacional no período, o desempenho foi negativo, com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado em crescimento de 26,5% no comparativo anual, atingindo R$572 milhões, conforme relatório de resultados.

O diretor financeiro da Casas Bahia, Elcio Ito, afirmou em entrevista à Reuters que “tem um evento importante dos juros, de um CDI médio de 10,5% no ano passado para 14,5% este ano”.

A empresa varejista apresentou prejuízo financeiro de R$1,15 bilhão no segundo trimestre deste ano, aumento em relação ao resultado negativo de R$42 milhões registrado no mesmo período de 2024.

Ito também destacou a importância da base de comparação, considerando que o desempenho financeiro da empresa no segundo trimestre do ano anterior foi impulsionado por uma receita financeira não recorrente de R$637 milhões, proveniente do reestruturamento da dívida.

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Apesar do contexto econômico desafiador, Ito afirmou identificar inúmeras possibilidades para o comércio varejista em razão dos encargos comerciais aplicados pelos Estados Unidos a produtos de diferentes nações, como o Brasil.

“Vou dar um exemplo: se os chineses já tinham apetite, já estavam entrando muito forte no Brasil até antes dessas questões das tarifas, ainda mais agora.”

Na segunda trimestre, a Casas Bahia obteve um aumento de 6% na receita líquida, atingindo R$6,87 bilhões, além de uma diminuição de 2,9% nas despesas gerais e administrativas, que somaram R$1,57 bilhão nos meses de abril a junho.

O volume total de vendas do grupo subiu 7,6% em comparação com o segundo trimestre de 2024, com incrementos de 6,1% nas vendas utilizando estoque próprio e 16,2% no marketplace.

Nas lojas físicas, o GMV bruto atingiu R$6,3 bilhões, com um aumento de 5,8%, apesar do encerramento de 30 lojas nos últimos 12 meses, incluindo 22 apenas no segundo trimestre. O crescimento no conceito de mesmas lojas foi de 6,7%.

Em abril, a Casas Bahia anunciou uma reestruturação de dívidas que resultou no controle da empresa pela gestora Mapa Capital, com uma participação de 85,5% do capital social, um movimento que, segundo o CFO, não deve alterar os planos da empresa.

“O Mapa Capital entra para dar seguimento ao plano de transformação, portanto, não se vislumbra nenhuma mudança relevante na estratégia da companhia”, declarou.

Observo que o valuation da companhia atualmente é significativamente diferente e menos suscetível em comparação com a estrutura acionária anterior.

A Casas Bahia estendeu uma dívida até 2027, o que trará alívio financeiro nos próximos períodos, afirmou a empresa em comunicado à imprensa.

As ações implementadas reduziram em 40% a dívida líquida e diminuíram a relação dívida líquida/EBITDA de 1,8 vez para 1,1 vez, acrescentou, estimando alívio de R$400 milhões no caixa nos próximos dois anos.

Fonte por: InfoMoney

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