CFO do Futuro: Visão Estratégica e Comunicação para o Próximo Século
Líder financeiro do futuro precisa de visão estratégica, influência no negócio e comunicação eficaz para o sucesso.

A Evolução do Papel do CFO no Cenário Corporativo
Nos últimos 15 anos, a função de Chief Financial Officer (CFO) passou por uma transformação notável, aproximando-se cada vez mais do planejamento estratégico da empresa. Essa evolução ocorreu em etapas bem definidas, refletindo as mudanças no ambiente de negócios e nas expectativas dos CEOs.
Inicialmente, no final da primeira década dos anos 2000, o líder de Finanças deixou de ser apenas um responsável por tarefas operacionais, como a elaboração de planilhas. Ele passou a atuar como suporte a outras áreas da companhia, incluindo vendas, marketing e desenvolvimento de produtos, assumindo a função de Business Support.
Com o tempo, o escopo da atuação do executivo avançou para Business Partner, exigindo uma participação ativa nas decisões estratégicas da empresa. Posteriormente, a função demandou um perfil de Business Player, caracterizado pela presença no dia a dia da operação, com contato direto com clientes e linhas de produção.
A pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil 2024”, conduzida pela Assetz Expert Recruitment em parceria com o Insper, aprofunda esse cenário, reunindo a visão de 95 CFOs de grandes empresas brasileiras sobre os principais aspectos que os CEOs esperam que seus líderes financeiros priorizem nos próximos anos.
Parceria e Crescimento
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De acordo com o estudo, 39% dos entrevistados acreditam que os CEOs esperam que seus líderes financeiros se consolidem como parceiros do negócio, atuando de forma ativa nas tomadas de decisões. A expectativa é que o executivo de Finanças desenvolva uma compreensão ampla e aprofundada da empresa, posicionando-se logo após os heads das áreas em termos de conhecimento.
Adicionalmente, 21% dos participantes destacaram a importância do suporte ao crescimento da companhia, tanto orgânico quanto inorgânico. Isso implica acompanhar lançamentos de produtos, entrada em novos mercados e estratégias de expansão, além de apoiar processos de fusões e aquisições, garantindo a perenidade e o crescimento sustentável da organização.
Gestão de Riscos
Para 15% dos consultados, os CEOs esperam que seus CFOs priorizem a melhoria dos indicadores financeiros, como fluxo de caixa, balanço e resultados. Isso depende da capacidade do executivo de Finanças de identificar tendências e propor ajustes que fortaleçam a performance da companhia.
Outro ponto essencial é a alocação eficiente de capital e a gestão de riscos. O CFO deve monitorar riscos financeiros, estratégicos, operacionais, de governança e de compliance, criando uma base para compartilhar com o CEO e o conselho uma visão clara dos riscos e das estratégias de proteção do negócio.
Comunicação com o Mercado
No cenário atual de transparência e acesso à informação, a comunicação estruturada e consistente com acionistas, clientes e parceiros tornou-se indispensável. 10% dos profissionais destacam essa habilidade como uma das mais demandadas pelos CEOs, pois a clareza na divulgação de resultados fortalece a confiança do mercado e assegura boas práticas de governança.
A ausência dessa competência já custou a posição de muitos líderes. Delegar a tradução dos números a membros da equipe, sem liderar a narrativa financeira, enfraquece a consistência da comunicação corporativa e compromete a reputação da empresa.
Otimização Tributária
Outro ponto de atenção, levantado pelo time da Assetz, é o domínio da área tributária, especialmente diante da implementação da Reforma Tributária. Muitos setores no Brasil ainda dependem de incentivos fiscais para garantir a viabilidade dos negócios, e o CFO é chamado a transformar a área tributária para gerar mais eficiência e rentabilidade.
Essa competência se torna um diferencial para os executivos que desejam estar preparados para figurar no topo de seus segmentos nos próximos anos.
O CFO Além das Finanças
Em suma, o CFO do futuro vai além do papel de guardião das Finanças: é demandado que ele assuma as funções de parceiro estratégico do CEO, influenciador de crescimento, gestor de riscos e porta-voz do mercado. O entendimento da complexa agenda tributária brasileira pode ser decisivo para a boa colocação do executivo no mercado.