Cid Fornazzi e Marcelo Câmara tiveram discussão no STF, com troca de palavras entre o advogado e o ministro Alexandre de Moraes

O ministro determinou que a segurança investigasse o celular do advogado de acusada em razão de suspeita de gravação sem permissão.

2 min de leitura

O encontro entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o coronel da reserva Marcelo Câmara, ocorrido nesta quarta-feira (14) no Supremo Tribunal Federal (STF), evidenciou tensão entre o ministro Alexandre de Moraes e o advogado Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo, que representa o general da reserva Mário Fernandes.

O ministro Moraes solicitou que um segurança da Corte verificasse se o advogado estaria gravando a audiência, medida proibida por determinação do próprio ministro.

Durante o depoimento, Cid e Câmara mencionaram Mário Fernandes como o autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de autoridades. O advogado solicitou uma medida cautelar para questionar Cid sobre a possibilidade de relacionar o monitoramento da localização de Moraes, em dezembro de 2022, ao suposto plano do general.

O ministro rejeitou o pedido, declarando que não era o momento para as perguntas de Marcus Vinicius. O defensor insistiu para que o questionamento fosse anexado aos autos, o que levou Moraes a afirmar que ele não deveria participar da sessão.

LEIA TAMBÉM!

A alteração de algumas palavras intensificou o clima na sala. Moraes solicitou que o segurança verificasse o celular do advogado para apurar a existência de gravações. Marcus Vinicius cedeu o dispositivo e a senha, expressando insatisfação com a falta de consideração. Moraes respondeu que também esperava respeito.

Por fim, o ministro ordenou que fosse rubricada na ata a rejeição da questão de ordem. O advogado saiu da sala em silêncio.

O general e o plano

Mário Fernandes é general da reserva e personagem destacado nas investigações do STF sobre a trama golpista de 2022.

De acordo com depoimentos e evidências coletadas pela Polícia Federal, ele desenvolveu o denominado “Punhal Verde e Amarelo”, um plano que contemplava ações radicais visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições, abrangendo o ataque e o assassinato de membros do Supremo Tribunal Federal.

O esquema, segundo investigadores, integrava um conjunto mais amplo de ações golpistas que envolviam militares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O plano nunca foi colocado em prática, porém permanece como um dos aspectos mais relevantes identificados pela Corte na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.

Fonte por: InfoMoney

Autor(a):

Sair da versão mobile