Cidadãos brasileiros não recuperam, em média, entre R$ 10 mil e R$ 50 mil dos bens de familiares falecidos

Plataforma de planejamento pós-perda realizou levantamento.

16/08/2025 14:45

3 min de leitura

A perda de um familiar próximo acarreta impactos financeiros. Famílias brasileiras, impactadas pela ausência do ente querido, interrompem o pagamento de benefícios que variavam de R$ 10 mil a R$ 50 mil, em média. A pesquisa foi realizada pela Planeje Bem, pioneira plataforma digital brasileira focada no planejamento sucessório e no suporte após o falecimento.

A diretora executiva e fundadora da Planeje Bem, Carolina Aparício, aponta como principal razão para o prejuízo o desconhecimento dos direitos financeiros e sociais em nome do falecido, denominados como “ativos invisíveis”. Acrescentado ao luto, à burocracia e à ausência de orientação financeira, as famílias negligenciam resgatar os valores.

É comum que as pessoas acreditem que todos os bens e direitos passam obrigatoriamente por inventário, mas existem diversos ativos que podem ser resgatados de forma simples, desde que se saiba onde e como procurar. Muitos desses valores são esquecidos porque não há uma orientação clara no momento do luto, que já é delicado por si só.

Com base na análise dos clientes atendidos pela plataforma, os ativos mais esquecidos pelas famílias, juntamente com o percentual correspondente de negligência, são os seguintes:

Existem outros benefícios menos divulgados, mas a pesquisa não divulgou o percentual de esquecimento. São eles:

Leia também:

A Planeje Bem indica que muitos recursos de menor valor podem ser obtidos diretamente, sem necessidade de levantamento de dados, porém isso demanda cumprir prazos legais e realizar a devida documentação, informações pouco conhecidas pela maioria das famílias. A maior parte dos pedidos e das verificações pode ser processada online, contudo, é preciso agilidade, pois os benefícios podem ter validade limitada.

Perfis

Os perfis de clientes que mais frequentemente negligenciam os ativos intangíveis são os seguintes:

O esquecimento pode ser resultado de diversos fatores, incluindo processos biológicos, experiências emocionais e fatores ambientais.

A diretora executiva da Planeje Bem atribui a razão do descaso com o benefício do DPVAT ao impacto das famílias após uma perda causada por acidentes de trânsito inesperados. “A inesperada ocorrência das mortes por acidente de trânsito e o intenso sofrimento emocional levam ao adiamento da busca por esses direitos. A pessoa, por vezes, espera para verificar, e então o tempo passa e ela acaba desistindo”, explica Carolina.

Em relação aos auxílios trabalhistas, a diretora da Planeje Bem afirma que, se os herdeiros concordarem, não é preciso aguardar o inventário para resgatar os valores. “Em alguns casos, quando já há inventário, o valor entra no processo, mas, muitas vezes, se os herdeiros estiverem de acordo apenas com um alvará judicial simples, eles conseguem fazer essa solicitação de resgate”, ressalta.

Quanto às contas bancárias, investimentos e consórcios, Carolina afirma que a implementação do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central tem auxiliado os herdeiros a recuperar os valores, embora o esquecimento do falecido ou dos direitos decorrentes de casamentos anteriores possa aumentar o desconhecimento.

Às vezes, até a própria pessoa que faleceu esquece que possui aquele benefício e não informa aos familiares. Frequentemente, os beneficiários também ficam desatualizados. Quando ocorre a morte, a pessoa pode estar na quarta esposa, mas o beneficiário ainda é a primeira, afirma.

Fonte por: InfoMoney

Autor(a):