Companhias Gol e Azul: qual a percepção do mercado sobre as empresas aéreas após os resultados do segundo trimestre?
As duas empresas aéreas diminuíram suas perdas nas operações.
As grandes empresas do setor aéreo brasileiro, Gol (GOLL54) e Azul (AZUL4), apresentaram seus resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), com ambas as companhias aéreas diminuindo suas perdas nas operações. Até às 10h17, GOLL54 avançava 1,73%, para R$ 5,29, e AZUL4 registava alta de 1,64%, a R$ 0,62.
A Gol (GOLL54) concluiu seu processo de recuperação judicial nos EUA, apresentando prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão no segundo trimestre de 2025, uma redução de 60,8% em relação ao prejuízo do ano anterior.
A Azul (AZUL4) obteve lucro líquido de R$ 1,29 bilhão no período, em comparação com prejuízo de R$ 3,56 bilhões apurado no mesmo período do ano anterior. No entanto, em termos ajustados, a companhia aérea apresentou prejuízo líquido de R$ 475,8 milhões, correspondente a uma redução de 29% nas perdas em relação aos R$ 669,7 milhões registrados no ano anterior.
A Azul registrou resultados aquém das projeções do JPMorgan e do consenso da Bloomberg no segundo semestre de 2025. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado ficou em R$ 1,142 bilhão, cerca de 12% inferior às expectativas. O desempenho inferior ocorreu principalmente devido a uma receita de passageiros 3% menor do que o previsto.
A empresa concluiu o período com R$ 3,3 bilhões em liquidez imediata, incremento em relação aos R$ 2,3 bilhões do 1T25, devido a um empréstimo ponte de US$ 100 milhões e ao acesso a US$ 250 milhões do financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão em maio.
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Para o JPMorgan, o foco principal dos investidores deve continuar sendo o processo de recuperação judicial nos EUA (Chapter 11). O JPMorgan recomenda exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda, para AZUL, negociando a 4,8 vezes o Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025, contra 4,6 vezes da Copa Airlines (overweight, exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e 4,7 vezes da Latam Airlines (overweight).
O Bradesco BBI afirmou que a Azul obteve um EBITDA ajustado de R$ 1,142 bilhão no segundo semestre de 2025, indicando um crescimento de 9% em comparação com o ano anterior, porém 17% inferior às projeções do banco e do mercado.
O BBI apontou que as tarifas aéreas diminuíram 1%, o CASK aumentou 4% (15% sem o custo da combustível) e a Azul empregou US$ 450 milhões do financiamento DIP, com previsão de sair do Capítulo 11 entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026.
O BBI manteve a recomendação de venda para as ações da Azul, com preço-alvo de R$ 0,50.
A Genial Investimentos destacou que a Azul apresentou receita recorde de R$ 4,9 bilhões, impulsionada pela intensa demanda internacional, aprimoramentos nas unidades de negócio e otimização da malha aérea.
GOLL54
A Gol registrou prejuízo antes dos impostos (EBIT) de R$ 349 milhões, inferior à projeção do JPMorgan, e EBITDA de R$ 382 milhões, abaixo do esperado em R$ 864 milhões.
Ajustando as métricas operacionais por custos e despesas não recorrentes, o EBITDA teria sido de R$ 1,134 bilhão. Para o banco, o foco continua sendo a posição do balanço da companhia após o Chapter 11. A recomendação permanece abaixo da média do mercado, equivalente à venda, para a Gol, que negocia a 6,7 vezes EV/EBITDA 2025e, acima da média dos pares latino-americanos de 4,5 vezes.
Fonte por: InfoMoney