Companhias Gol e Azul: qual a percepção do mercado sobre as empresas aéreas após os resultados do segundo trimestre?

As duas empresas aéreas diminuíram suas perdas nas operações.

15/08/2025 10:31

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As grandes empresas do setor aéreo brasileiro, Gol (GOLL54) e Azul (AZUL4), apresentaram seus resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), com ambas as companhias aéreas diminuindo suas perdas nas operações. Até às 10h17, GOLL54 avançava 1,73%, para R$ 5,29, e AZUL4 registava alta de 1,64%, a R$ 0,62.

A Gol (GOLL54) concluiu seu processo de recuperação judicial nos EUA, apresentando prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão no segundo trimestre de 2025, uma redução de 60,8% em relação ao prejuízo do ano anterior.

A Azul (AZUL4) obteve lucro líquido de R$ 1,29 bilhão no período, em comparação com prejuízo de R$ 3,56 bilhões apurado no mesmo período do ano anterior. No entanto, em termos ajustados, a companhia aérea apresentou prejuízo líquido de R$ 475,8 milhões, correspondente a uma redução de 29% nas perdas em relação aos R$ 669,7 milhões registrados no ano anterior.

A Azul registrou resultados aquém das projeções do JPMorgan e do consenso da Bloomberg no segundo semestre de 2025. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado ficou em R$ 1,142 bilhão, cerca de 12% inferior às expectativas. O desempenho inferior ocorreu principalmente devido a uma receita de passageiros 3% menor do que o previsto.

A empresa concluiu o período com R$ 3,3 bilhões em liquidez imediata, incremento em relação aos R$ 2,3 bilhões do 1T25, devido a um empréstimo ponte de US$ 100 milhões e ao acesso a US$ 250 milhões do financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão em maio.

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Para o JPMorgan, o foco principal dos investidores deve continuar sendo o processo de recuperação judicial nos EUA (Chapter 11). O JPMorgan recomenda exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda, para AZUL, negociando a 4,8 vezes o Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025, contra 4,6 vezes da Copa Airlines (overweight, exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e 4,7 vezes da Latam Airlines (overweight).

O Bradesco BBI afirmou que a Azul obteve um EBITDA ajustado de R$ 1,142 bilhão no segundo semestre de 2025, indicando um crescimento de 9% em comparação com o ano anterior, porém 17% inferior às projeções do banco e do mercado.

O BBI apontou que as tarifas aéreas diminuíram 1%, o CASK aumentou 4% (15% sem o custo da combustível) e a Azul empregou US$ 450 milhões do financiamento DIP, com previsão de sair do Capítulo 11 entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026.

O BBI manteve a recomendação de venda para as ações da Azul, com preço-alvo de R$ 0,50.

A Genial Investimentos destacou que a Azul apresentou receita recorde de R$ 4,9 bilhões, impulsionada pela intensa demanda internacional, aprimoramentos nas unidades de negócio e otimização da malha aérea.

GOLL54

A Gol registrou prejuízo antes dos impostos (EBIT) de R$ 349 milhões, inferior à projeção do JPMorgan, e EBITDA de R$ 382 milhões, abaixo do esperado em R$ 864 milhões.

Ajustando as métricas operacionais por custos e despesas não recorrentes, o EBITDA teria sido de R$ 1,134 bilhão. Para o banco, o foco continua sendo a posição do balanço da companhia após o Chapter 11. A recomendação permanece abaixo da média do mercado, equivalente à venda, para a Gol, que negocia a 6,7 vezes EV/EBITDA 2025e, acima da média dos pares latino-americanos de 4,5 vezes.

Fonte por: InfoMoney

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