Congresso do Peru destitui Dina Boluarte; José Jerí governa o país
José Jerí assume a presidência do Peru após votação unânime, que removeu Boluarte, alvo do escândalo “Rolexgate” e com rejeição de 96% da população.
Destituição da Presidente do Peru, Dina Boluarte, e José Jerí Assume a Presidência
A presidente do Peru, Dina Boluarte, foi formalmente afastada do cargo na madrugada desta sexta-feira, 10, após uma votação unânime realizada pelo Congresso. A sessão declarou a mandatária “incapaz moralmente” de continuar no exercício do cargo. José Jerí, chefe do Congresso, assumiu a presidência imediatamente após a decisão.
O pedido de destituição foi apresentado por 34 parlamentares de diversas alas políticas. A justificativa apresentada aponta para acusações de corrupção, enriquecimento ilícito e a investigação conhecida como “Rolexgate”, que investiga o uso de relógios de luxo não declarados pela ex-presidente.
Dina Boluarte não compareceu à sessão em que teve a oportunidade de apresentar sua defesa. A situação política do país se agrava com a crescente insegurança e a baixa aprovação da gestão da presidente.
Contexto da Crise Política
Dina Boluarte assumiu o poder em dezembro de 2022, após a prisão do ex-presidente Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso. Desde então, sua administração foi marcada por protestos, repressão policial em áreas andinas e uma significativa rejeição popular, com taxas de aprovação que variavam entre 2% e 4%.
Adicionalmente, a ex-presidente também enfrentou críticas relacionadas ao aumento de seu próprio salário. A instabilidade política se intensificou com a falta de respostas à escalada da violência no país.
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Perspectivas Futuras
O Congresso peruano, composto majoritariamente por partidos conservadores, alterou sua postura diante do acirramento das denúncias. A destituição de Dina Boluarte representa mais um capítulo de instabilidade no país. Desde 2018, o Peru já viu seis presidentes deixarem o cargo, com quatro deles atualmente presos.
José Jerí permanecerá na presidência até as próximas eleições gerais, previstas para abril de 2026. Ele enfatizou a importância de buscar “humildade, empatia e responsabilidade” em seu governo e destacou a necessidade de alcançar acordos mínimos entre os partidos políticos.
