COP30 autoriza a inclusão do açaí em cardápios oficiais

O Banco Mundial impeditivo de um produto reconhecido do Pará; o Ministério do Turismo atuou para autorizar a sua divulgação.

17/08/2025 9:01

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A Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) revogou a decisão de proibir a comercialização de açaí durante a COP30, em Belém (PA), após pressão do governo federal. O produto, que é símbolo da cultura paraense e impulsiona a economia local, fora vetado inicialmente devido a supostos riscos de contaminação, caso não fosse pasteurizado.

A segunda nota do Ministério do Turismo indica que a liberação se deu após a intervenção direta do ministro Celso Sabino, que ressaltou o reconhecimento internacional da culinária local. “Belém é cidade criativa da Gastronomia pela Unesco e foi eleita uma das 10 melhores gastronomias do mundo pela Lonely Planet. Não faz sentido impedir a presença do açaí”, declarou a pasta.

O veto ao açaí, assim como ao tucupi e à maniçoba, era determinado por um edital publicado pela OEI que definia as normas sanitárias para os cardápios de restaurantes e quiosques registrados na COP30. A razão para o bloqueio era o risco de contaminação por Trypanosoma cruzi, agente causador da Doença de Chagas, no caso do açaí não pasteurizado.

O tucupi e a maniçoba foram identificados como alimentos que podem apresentar toxinas naturais, incluindo o ácido cianídrico, quando o processamento não segue os procedimentos de fermentação e cozimento corretos. A regulamentação sanitária previa que todos os alimentos de risco fossem industrializados, passíveis de auditoria ou com certificação em conformidade com padrões internacionais.

Intervenção política

A proibição provocou reação imediata de autoridades paraenses e da cadeia produtiva da gastronomia local. O retrocesso representa uma vitória política do governo, que pretende usar a COP30 como plataforma global da identidade amazônica e das cadeias sustentáveis regionais.

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A decisão também possui impacto econômico: a ação movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano no Pará, e sua exclusão dos cardápios oficiais foi interpretada como um risco à projeção internacional dos produtos amazônicos durante o evento.

Outros alimentos permanecem proibidos devido a questões sanitárias, incluindo maionese caseira, ostras cruas, carnes malpassadas, leite cru, doces com ovos fora de refrigeração e gelo artesanal.

Fonte por: InfoMoney

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