CPFL obteve lucro de R$ 1,2 bilhão no segundo trimestre, porém observa tendência de agravamento dos cortes na geração
O EBITDA da empresa cresceu 6,7% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 3,0 bilhões.

A CPFL Energia (CPFE3) apresentou crescimento do lucro líquido no segundo trimestre, com o desempenho positivo da distribuição de energia equilibrando as perdas no setor de geração renovável, devido aos cortes na produção das usinas, um cenário que deverá se intensificar no segundo semestre, informou o diretor executivo da empresa.
A elétrica controlada pela chinesa State Grid divulgou nesta quinta-feira um lucro líquido de R$ 1,18 bilhão no segundo trimestre, com alta de 7,8% em relação ao ano anterior, e superior à expectativa média de analistas, que apontava para cerca de R$ 1 bilhão, segundo estimativa do IBES.
O EBITDA da empresa cresceu 6,7% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 3,0 bilhões, acima da projeção do mercado de R$ 2,76 bilhões.
O desempenho trimestral da CPFL foi impulsionado pelos negócios de distribuição de energia, cujos EBITDA cresceu 22,2%, atingindo R$ 2 bilhões, devido aos reajustes tarifários das concessionárias e à redução de 37% na inadimplência, entre outros fatores.
Esses resultados compensaram a redução no consumo de energia observada nos mercados atendidos pela CPFL durante o período, devido às temperaturas mais baixas em comparação com o segundo trimestre de 2024, o que resultou em menor utilização de equipamentos de climatização.
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Os cortes que impactaram o resultado foram aqueles determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, para as usinas renováveis. A restrição, chamada de “curtailment” no setor, acontece quando não há demanda suficiente para consumir toda a energia gerada ou quando há problemas na rede elétrica para transportar a eletricidade.
Em meados do ano, observamos uma redução de 8,6% (da capacidade potencial) no ano anterior, e 20,9% no início deste ano. O curtailment já era significativo, e continua sendo maior… E no segundo semestre, a tendência é de piora, devido ao aumento esperado da geração de fontes renováveis, o que deve causar um impacto ainda mais elevado, afirmou à Reuters o CEO da CPFL, Gustavo Estrella.
Ele também apontou que a questão tende a se intensificar conforme a energia renovável se expande no Brasil, sobretudo através da geração distribuída em pequenos sistemas solares, como painéis fotovoltaicos instalados em coberturas e fachadas.
Com a ausência de perspectivas de novos investimentos em energias renováveis no momento, a CPFL concentra-se no crescimento orgânico na distribuição de energia, elevando os investimentos nas concessionárias após a provável renovação dos contratos por mais 30 anos, e também na transmissão de energia.
O grupo “possivelmente” participará do próximo leilão de transmissão, em outubro deste ano. “Tem algumas linhas que se encaixam na nossa estratégia de investimento”, disse Estrella, ponderando que ainda não há decisão tomada sobre ingressar na concorrência.
Financeiramente, o CEO afirmou que a empresa iniciou o acompanhamento do mercado internacional, com recursos significativamente ampliados, para eventuais captações após ter recebido da agência Moody’s a nota de classificação global de “Baa2”, dois níveis acima da avaliação do país.
Os títulos de panda representam um mercado promissor para o acesso ao mercado chinês local. Observamos que existe interesse na CPFL, investidores que já estão bastante familiarizados com a compra de títulos da State Grid (sua controladora), também receberiam muito bem uma emissão da CPFL.
Fonte por: InfoMoney