Direcional (DIRR3) analisa impacto das novas regras do SBPE no financiamento imobiliário
BC anuncia mudanças no modelo de financiamento imobiliário do SBPE, que podem favorecer empresas do setor.
O Banco Central anunciou recentemente uma série de alterações no modelo de financiamento imobiliário ligado ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Essas mudanças visam equilibrar a saída de recursos da poupança, que tem apresentado resgates significativos, e que é a principal fonte de financiamento para o crédito imobiliário destinado às faixas de renda média e alta.
Atualmente, os bancos são obrigados a direcionar 65% dos depósitos da poupança para o crédito imobiliário e manter 20% como reserva compulsória junto ao Banco Central. As novas regras reduzem essa reserva imediatamente para 15%, com uma diminuição gradual de 1,5 ponto percentual ao ano, até atingir 0% em dez anos.
Essa alteração responde a uma demanda da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu que os recursos do novo sistema devem ser distribuídos em 80% para empréstimos vinculados ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e 20% para operações não vinculadas, sob o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
No SFH, os juros estão limitados a 12% ao ano, e o valor máximo dos imóveis enquadrados foi ampliado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Financiamentos com prazos superiores a 30 anos ou destinados à construção seguirão novas regras de elegibilidade.
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Para cumprir as exigências, as instituições financeiras podem usar outros instrumentos de financiamento, como LCIs, LIGs e LHs. Isso dá maior flexibilidade aos bancos para usar recursos da poupança em operações mais rentáveis, mantendo a poupança como referência para o volume de crédito habitacional.
O Banco Central estima que as mudanças destravar até R$ 52 bilhões em crédito imobiliário, com R$ 37 bilhões entre 2025 e 2026, impulsionados pela liberação do compulsório.
A medida tende a estimular o financiamento habitacional para famílias de média renda, um segmento que tem enfrentado restrições de crédito e queda na demanda. Apesar do potencial destravamento de recursos, não se espera impacto significativo no curto prazo, conforme a reação inicial do mercado.
Em um cenário de juros mais baixos, a medida é vista de forma positiva, especialmente para empresas como Direcional (DIRR3) e Moura Dubeux (MDNE3), que atuam no segmento de média renda.
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Redação
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