Dólar avança em meio à inflação nos EUA e a incerteza do cenário Brasil-EUA

Banco Central dos EUA e indicadores econômicos sob observação.

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O dólar à vista apresenta alta ante real nesta quinta-feira, em razão da cautela dos investidores frente ao impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos e de novos dados de inflação ao produtor na maior economia do mundo, que impactam as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve.

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Qual o valor da cotação do dólar atualmente?

Às 10h51, o dólar à vista caiu 0,39%, a R$ 5,422 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 teve alta de 0,11%, a R$5,421.

Na quarta-feira, o dólar à vista encerrou em alta de 0,28%, atingindo a cotação de R$5,4014.

O Banco Central realizará nesta sessão um leilão de até 35.000 contratos de swap cambial tradicional para a renovação do vencimento de 1º de setembro de 2025.

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Qual foi a variação do dólar hoje?

As movimentações do mercado refletiam a influência da moeda americana no cenário internacional, sobretudo em relação a moedas de países em desenvolvimento, considerando que investidores diminuíram suas expectativas de uma redução na taxa de juros do banco central dos Estados Unidos ainda no mês seguinte.

Os Estados Unidos relataram que seu índice de preços no produtor aumentou 0,9% em julho, mensalmente, em comparação com estabilidade no mês anterior e acima do aumento projetado de 0,2% por economistas da Reuters. Em 12 meses, a inflação no produtor alcançou 3,3%, de 2,4% anteriormente.

Os dados incentivavam a preocupação de que as medidas do governo dos EUA, sob a presidência de Donald Trump, estivessem começando a influenciar os preços no país, o que poderia logo afetar o consumidor, gerando dúvidas sobre a ideia de uma inflação controlada.

Na semana passada, o número de norte-americanos que solicitaram novos auxílios-emprego diminuiu, acompanhado de um baixo número de demissões. Os pedidos reduziram-se em 3.000, atingindo 224.000 com ajuste sazonal.

Os operadores passaram a estimar uma probabilidade de 98% de corte de 0,25 ponto percentual nos juros pelo Fed em setembro, conforme informações da LSEG. Anteriormente, uma redução no próximo mês estava totalmente precificada, com algumas aposta indicando uma pequena chance de um corte de 0,5 ponto.

A alteração permitiu manter o dólar no exterior. O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda americana em relação a um grupo de seis divisas – avançou 0,32%, atingindo 98,035.

A moeda também subia em relação a moedas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

A expectativa de cortes na taxa Selic pelo Federal Reserve tem impulsionado o real em momentos recentes, considerando que a taxa elevada por um período prolongado mantém a vantagem do Brasil em relação aos Estados Unidos.

O real tem mantido patamares de cotação historicamente consolidados, atingindo o valor mais baixo desde junho de 2024, em R$5,3864 na terça-feira.

Ademais, o mercado interno também demonstra preocupação com o impasse comercial entre Brasil e EUA, que teve início com a imposição por Washington de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros na semana passada, o que justificava uma maior cautela nas negociações.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca negociar com os EUA, porém não tem conseguido estabelecer linhas de diálogo. Anteriormente, Lula sancionou uma medida provisória que define um plano de emergência para empresas impactadas pela taxação. Um ponto central foi a criação de uma linha de crédito no valor de R$30 bilhões.

O plano de ajuda não trouxe grandes novidades aos agentes financeiros, que temem o impacto fiscal das medidas ou que o pacote possa justificar o Executivo para não cumprir metas para as contas públicas.

Fonte por: InfoMoney

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