Empresário relata à PF que valores de R$ 1 milhão originaram-se de “vendas menores”

Fabbri afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o valor foi acumulado em dois anos através da venda de componentes automotivos.

20/08/2025 9:15

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Um dos maiores resgates de dinheiro em espécie da Operação Estafeta, que resultou no afastamento do prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Marcelo Lima (Podemos), foram encontrados em locais associados ao empresário Caio Henrique Pereira Fabbri, proprietário da Quality Medical, distribuidora de medicamentos e material hospitalar que obteve contratos de grande valor com a prefeitura. Estavam presentes R$ 215 mil na residência dele e R$ 946 mil na sede da empresa.

Os advogados Wilton Luís da Silva Gomes e Beatriz Alaia Colin, que atuam na defesa do empresário, afirmaram que ele sempre “prezou pela lisura de suas atividades empresariais” e não tem envolvimento com irregularidades (consulte a íntegra da manifestação ao final da matéria).

Fabbri afirmou à Polícia Federal que o dinheiro foi acumulado em dois anos através da venda de peças de automóveis. Segundo o empresário, um de seus passatempos é participar de competições de automobilismo e diversas peças que ele adquire são posteriormente revendidas.

As transações, conforme declarado, são realizadas em espécie. Ele afirmou não possuir notas fiscais das compras nem comprovantes das vendas. Fabbri também relatou que mantém o dinheiro em casa devido à reforma do imóvel e efetua pagamentos em dinheiro aos pedreiros.

O empresário também foi questionado sobre os valores apreendidos na sede da Quality Medical. Fabbri afirmou que a quantia decorre de pagamentos em dinheiro “relativos a pequenas transações”. Ele justificou que utiliza o dinheiro para pagar outra obra, de um edifício que está sendo construído com a família, e também comissões de funcionários e fretes. Novamente, alegou não ter comprovação da origem do dinheiro apreendido.

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Fabbri afirmou não ter grande controle sobre a declaração desses valores, que estaria relacionada à contabilidade, e não soube informar se a quantia foi declarada à Receita.

O empresário foi preso em flagrante na Operação Estafeta e indiciado nesta segunda-feira, 19, por suspeita de corrupção ativa, lavagem e organização criminosa. Ele é réu em outra ação, de improbidade, relacionada à Operação Prato Feito, que investigou suspeitas de desvios de verbas da merenda em três Estados.

Com a palavra, a defesa do empresário.

Caio é denunciado, de forma isolada e ilegal, em razão de ser sócio proprietário da empresa Quality Medical – reconhecida em sua especialidade, com quase 20 anos de atuação, possuindo contratos em diversos municípios do Estado de São Paulo. Atualmente, a Quality Medical não possui contrato com a Prefeitura de São Bernardo do Campo, sendo que Caio e os demais sócios desconhecem os nomes das pessoas envolvidas na Operação, sem que haja qualquer vínculo entre eles.

A denúncia do Ministério Público, em vez de esclarecer a situação, aumenta as incertezas. Não detalhou um único ato ilícito relacionado a Caio Fabbri, devido ao seu afastamento das evidências levantadas na operação Estafeta.

Caio sempre valorizou a honestidade de suas atividades empresariais e não tem qualquer ligação com as práticas ilegais mencionadas na denúncia, razão pela qual a defesa atribui sua confiança na Justiça, que deverá absolvê-lo rapidamente.

Fonte por: InfoMoney

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