A Eneva (ENEV3) apresentou resultados positivos no terceiro trimestre de 2025, caracterizados por um crescimento significativo na Receita e no Ebitda. Esse desempenho positivo foi impulsionado principalmente pela operação das novas usinas térmicas adquiridas, além do bom volume de despachos e da comercialização de gás.
O complexo Parnaíba registrou um aumento de R$ 29,8 milhões no Ebitda, com uma alta anual de +8,2%. Esse crescimento foi resultado do reajuste das receitas fixas e da entrada em operação da unidade Parnaíba VI, que superaram a leve queda nos despachos em comparação com o terceiro trimestre de 2024.
Na usina Jaguatirica II (geração em Roraima), o Ebitda apresentou um salto de R$ 39,2 milhões (+43,2% a/a). Esse resultado expressivo foi consequência de reajustes nas receitas fixas, aumento no volume de despachos e da alta disponibilidade da usina.
Apesar dos bons níveis de despachos em Parnaíba e Jaguatirica II, o segmento de Upstream (produção de gás) apresentou uma queda de -R$ 54,8 milhões no Ebitda (-18,1% a/a), devido a maiores gastos com exploração e royalties.
O Hub Sergipe se destacou positivamente, com um crescimento de R$ 206,3 milhões no Ebitda (+57,8% a/a), impulsionado pelo reajuste da receita fixa da UTE Porto Sergipe e pela contribuição positiva das receitas de comercialização de gás on-grid, um novo ramo de negócio criado pela companhia que demonstra as vantagens da conexão do complexo à malha de transporte.
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Na área de comercialização de gás, o segmento off-grid (venda de gás liquefeito para grandes clientes) também apresentou uma evolução interessante, com uma contribuição de R$ 67,1 milhões para o Ebitda consolidado. Essa contribuição foi positiva, diferente do resultado no terceiro trimestre de 2024.
As usinas recém-adquiridas tiveram um impacto positivo no resultado da Eneva. As três usinas a gás no Espírito Santo e a usina a óleo no Maranhão contribuíram com um acréscimo de R$ 453 milhões no Ebitda consolidado, uma vez que não faziam parte do portfólio no terceiro trimestre de 2024.
As usinas a carvão apresentaram um aumento de R$ 11,8 milhões no Ebitda (+9,9%), devido ao reajuste das receitas fixas e ao aumento no volume de despachos nesse período.
O Ebitda da comercialização de energia permaneceu praticamente estável em comparação com o ano anterior, enquanto o resultado operacional diminuiu em R$ -281 milhões, embora boa parte desse resultado seja devido a efeitos não-caixa decorrentes das aquisições recentes.
A Geração Solar continuou sendo um ponto de atenção, ainda impactada pelos “curtailments” (redução da produção devido ao excesso de geração), o que resultou em um Ebitda negativo de R$ -9,3 milhões.
A Eneva obteve lucro líquido de R$ 351,7 milhões no terceiro trimestre de 2025. Mesmo com esses efeitos negativos, o Ebitda consolidado aumentou +60,7%, atingindo R$ 1,8 bilhão, superando as expectativas, graças à recente aquisição das térmicas, aos bons níveis de despacho e à contribuição positiva dos segmentos de comercialização de gás on-grid e off-grid.
Essa melhora no Ebitda permitiu uma redução na alavancagem, que caiu para 2,68x dívida líquida/Ebitda, em comparação com 3,53x um ano antes. Com um valor da empresa/Ebitda de cerca de 9x e boas perspectivas de crescimento, como o Leilão de Reserva de Capacidade, as ações ENEV3 recebem recomendação de compra da Empiricus.
