EUA enviam fuzileiros navais e submarino nuclear para o Caribe em operação contra o tráfico de drogas
Exercito expande atuação militar na América Latina, pressiona Maduro e provoca reação do México contra “intervenção”.
Os Estados Unidos irão realocar mais de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros para águas próximas à América Latina e ao Caribe, em uma das maiores movimentações militares recentes da região.
A operação, divulgada pela CNN nesta sexta-feira (15), foi confirmada por autoridades de defesa americanas e inclui recursos de alto impacto, como o grupo anfíbio USS Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais.
Adicionalmente, conforme informado pela emissora, um submarino de ataque com propulsão nuclear, destróieres, um cruzador lançadores de mísseis e aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon também farão parte da missão, que ficará sob o comando do Southcom (Comando Sul).
Demonstração de força
Apesar dos EUA considerarem a ação como parte de uma ofensiva contra cartéis de drogas — definidos pela administração Trump como “narcoterroristas” — autoridades consultadas pela CNN reconheceram que a medida funciona principalmente como uma exibição de força.
Um dos oficiais ressaltou que os reforços militares oferecem aos comandantes e ao presidente Donald Trump uma vasta gama de alternativas, incluindo para operações de impacto direto, caso seja dada a ordem. Fontes de mídia americana indicam que a movimentação também visa pressionar o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
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Na semana passada, o jornal The New York Times divulgou que Trump assinou uma diretriz secreta que permite o emprego de militares em ações contra cartéis da América Latina, considerados por autoridades como organizações terroristas.
Reação regional
A decisão dos EUA gerou reações imediatas. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, recusou qualquer tipo de intervenção estrangeira e afirmou que a mobilização ocorre “em águas internacionais”.
A opinião sempre será a autodeterminação dos povos. Não somente no caso do México, mas no caso de todos os países da América e do Caribe, afirmou Sheinbaum em entrevista coletiva.
A postura reflete temores de outros governos da região em relação à militarização das fronteiras. No próprio Pentágono, parte das preocupações se concentra na presença de fuzileiros navais na missão, uma vez que não são preparados para interceptações ou operações antidrogas, função geralmente atribuída à Guarda Costeira.
Canal do Panamá no radar
O envio da força-tarefa ocorre em paralelo ao aumento do interesse de Trump no Canal do Panamá, visto como estratégico para o comércio global. Um memorando assinado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirma que a prioridade das Forças Armadas americanas é “defender o território dos EUA, selar fronteiras e repelir formas de invasão”, incluindo tráfico de drogas, contrabando humano e migração ilegal.
O documento também solicita ao Pentágono opções militares viáveis para assegurar o “acesso irrestrito” ao canal. Em abril, Washington já havia assinado um acordo com o Panamá permitindo o posicionamento de tropas americanas em áreas próximas à travessia.
Fonte por: InfoMoney