EUA intensificam esforços para influenciar Trump antes de cúpula com Putin no Alasca
Os líderes europeus realizaram discussões de última hora para fortalecer os laços com Trump em preparação para o encontro com Putin.
Os líderes europeus afirmaram ter desenvolvido uma estratégia para a reunião com Vladimir Putin no Alasca, na sexta-feira, 15, visando o encerramento da guerra na Ucrânia. Eles reforçaram o pedido ao presidente americano para que não negocie a renúncia de territórios sem a aprovação ucraniana. De acordo com eles, qualquer plano de paz deve iniciar com um cessar-fogo e a negociação precisa incluir a Ucrânia, que estava ausente do encontro.
As conversas de ontem representaram um esforço de última hora dos líderes europeus para fortalecer os laços com Trump antes do encontro com Putin. A videochamada foi organizada pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, e contou com Volodmir Zelenski e diversos outros líderes, incluindo a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Zelenski viajou para Berlim para a reunião.
O anúncio do encontro com Putin, na semana passada, preocupou os líderes europeus, após vários momentos nas últimas semanas em que seus aliados acreditavam estar convencendo o americano a adotar uma estratégia comum.
Após conversar com os europeus, Trump pareceu satisfeito. “Tivemos uma conversa muito boa”, disse ele a jornalistas após um evento no Kennedy Center, em Washington. “Eu daria nota 10. Foi muito amigável.”
Consequências
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O americano garantiu retornar a conversar com Zelenski e com os líderes europeus após a reunião no Alasca. Ele deseja se reunir com Zelenski em seguida, caso a conversa seja positiva. No mesmo evento, Trump declarou que a Rússia “enfrentará consequências” se Vladimir Putin não concordar em interromper a guerra. Ele não especificou quais seriam essas consequências, apenas as descreveu como “muito severas”.
Durante a presidência de Trump, grande parte das sanções impostas pelos Estados Unidos contra a Rússia, desde o início da guerra, perdeu eficácia. Trump afirmou a um jornalista que provavelmente não conseguirá impedir Putin de atacar civis na Ucrânia, pois já teve essa conversa com ele antes e as mortes continuam.
Em Berlim, Merz e Zelenski afirmaram que Trump concordou com alguns pontos para as negociações com Putin, que incluem “manter a Ucrânia na mesa” de negociações e recusar-se a discutir condições de paz, como trocas de territórios, até que um cessar-fogo seja implementado.
A Ucrânia estaria aberta a discutir alterações no território —alçando a possibilidade de ceder parte dele—, porém não aceitaria o reconhecimento legal da ocupação russa em determinadas áreas do país.
Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Os princípios também incluem assegurar garantias de segurança para a Ucrânia após a guerra, com a manutenção de seu direito de se juntar à OTAN no futuro e um compromisso de aumentar a pressão econômica sobre a Rússia se as negociações não levarem a um acordo. Trump afirmou apoiar a iniciativa da Ucrânia por meio de garantias de segurança e qualquer troca de terras seria uma decisão de Kiev, e não sua.
No início desta semana, Trump sugeriu que poderia negociar a troca de terras ucranianas com Putin. Zelenski disse ontem ter alertado Trump de que Putin estava blefando sobre suas intenções. “Eu disse que Putin não quer a paz. Ele quer nos ocupar completamente”, disse Zelenski.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte por: InfoMoney