As tarifas de importação de produtos como móveis e vestuário provavelmente causaram um aumento moderado nos preços ao consumidor nos Estados Unidos em julho, com o núcleo do índice atingindo o pico de seis meses.
O relatório do Índice de Preços ao Consumidor do Escritório de Estatísticas do Trabalho, divulgado nesta terça-feira (12), surge em meio a crescentes preocupações sobre a qualidade dos relatórios de inflação e emprego, após cortes orçamentários e de pessoal que resultaram na suspensão da coleta de dados em algumas áreas do país.
As preocupações foram intensificadas com a demissão da chefe do escritório, Erika McEntarfer, pelo presidente Donald Trump, após dados que indicaram um crescimento lento das vagas de emprego em julho, corroborado por revisões significativas para baixo na criação de vagas de trabalho em maio e junho.
A interrupção da coleta de dados se deu após anos de subfinanciamento do escritório de estatísticas, conforme apontado por economistas, tanto no governo republicano quanto no democrata. A situação foi agravada pela intensa campanha da Casa Branca, durante o governo Trump, para reformular o governo por meio de cortes drásticos nos gastos e demissões de servidores públicos.
“Isso é simplesmente terrorismo de dados”, afirmou Brian Bethune, professor de economia do Boston College. “Haverá mais ruído nos dados. O problema, então, é que toda vez que, por exemplo, o índice de preços ao consumidor surpreende positivamente, eles dirão que há algo errado com a coleta de dados e demitirão outra pessoa do escritório.”
LEIA TAMBÉM!
A previsão é que os preços ao consumidor tenham subido 0,2% no mês passado, conforme levantamento da Reuters com economistas. A redução esperada em relação ao aumento de 0,3% em junho refletiria uma leve diminuição nos preços da gasolina, o que amenizaria parcialmente o crescimento dos preços dos alimentos.
Entre janeiro e julho, estima-se que o índice tenha apresentado um avanço de 2,8%, após um crescimento de 2,7% em junho.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice teve um aumento de 0,3%, o que representaria o maior avanço desde janeiro, após registrar um crescimento de 0,2% em junho. O chamado núcleo do índice de preços ao consumidor foi provavelmente impulsionado pelos preços mais elevados de bens sensíveis a tarifas, como peças de veículos automotores e brinquedos.
Em 12 meses até julho, o núcleo do índice subiu 3,0%, após registrar alta de 2,9% em junho.
Fonte por: InfoMoney