Fundos Imobiliários de Shoppings Resgatam Protagonismo no Mercado
Após um declínio de 12% em 2024, o segmento de fundos imobiliários de shoppings demonstra resiliência, acumulando uma valorização de 18,4% no Ifix. Esse desempenho é impulsionado pelo cenário de juros elevados, em 15% ao ano, que impactam a rentabilidade e favorecem fundos com maior disponibilidade de caixa. Em 2024, o faturamento dos shoppings brasileiros alcançou R$ 198,4 bilhões, um aumento de 1,9% em relação ao ano anterior, com projeções de crescimento para R$ 201,6 bilhões em 2025.
Análise do Mercado e Estratégias dos Gestores
Apesar do bom desempenho operacional, a captação de recursos continua limitada para os fundos de tijolos. Os FIIs de shoppings são negociados com desconto em relação ao valor patrimonial, o que direciona as operações de compra e venda para a reorganização de portfólios e o cumprimento de obrigações financeiras. “Os juros mais altos estão forçando vendedores a abrirem mão de rentabilidade, o que beneficia os fundos com recursos em caixa”, avalia Flavio Pires, analista sênior de FIIs do Santander.
Recomendações de Corretoras e Consolidação do Setor
Instituições como Itaú, XP e Santander apresentam diferentes recomendações para os fundos de shoppings. O Itaú mantém nove fundos sob sua cobertura, com quatro recomendações de compra e cinco neutras. A XPML11 (XP Malls) possui um portfólio premium focado em classes A e B, com alavancagem de R$ 550 milhões e compromissos futuros de R$ 1 bilhão. O setor também passa por um ciclo de consolidação, com grandes gestores ampliando sua exposição em shoppings. A Patria comprou a carteira de seis FIIs da Genial, incluindo o MALL11 (Genial Malls), num pacote de R$ 2,5 bilhões, e a Riza Azzet adquiriu participações em nove shoppings do XP Malls por R$ 1,6 bilhão.
