Fundos imobiliários da XP Asset demonstram solidez em cenário de Selic em 15%

No relatório trimestral dos resultados dos fundos imobiliários da XP Asset, o gestor André Masetti apontou que o segundo semestre de 2025 apresentou dif…

19/08/2025 8:01

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O gestor Evandro Santos, na apresentação trimestral dos resultados dos fundos imobiliários da XP Asset Management, ressaltou que o segundo trimestre de 2025 apresentou um cenário macroeconômico complexo.

Apesar disso, conforme Santos, o mercado imobiliário brasileiro demonstrou resiliência. O principal fator de atenção foi o aumento da Selic para 15%, o maior índice em quase duas décadas, que afetou diretamente o custo dos financiamentos.

O setor imobiliário é bastante dependente de financiamento. Com taxas de juros tão elevadas, tanto empresas que necessitam financiar novos projetos quanto compradores individuais encontram condições significativamente mais desafiadoras.

Ele destacou que, contudo, o desempenho das incorporadoras permanece robusto, com ênfase no programa Minha Casa Minha Vida, que mantém um volume de vendas significativo.

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Em âmbito internacional, Santos ressaltou que a política tarifária dos Estados Unidos, conhecida como Liberation Day, provocou significativa volatilidade nos mercados globais, impactando também o Brasil.

Inicialmente, mantivemos cautela, porém em julho ocorreu um aumento das taxas sobre o país, gerando incertezas. Contudo, observamos que as bolsas renovaram máximos, incluindo a brasileira ultrapassando os 140 mil pontos antes de sofrer uma correção.

Já no âmbito doméstico, o gestor destacou novos impostos que impactaram diretamente o mercado financeiro. “Além de afetar crédito e fundos, houve projetos que impactaram instrumentos como CRIs e LCIs, aumentando a volatilidade”, observou.

Apesar desses ruídos, Masetti afirmou que os dados do setor imobiliário foram surpreendentes.

A persistência do baixo desemprego, que impulsiona a demanda, e a expansão do programa Minha Casa Minha Vida, com a inclusão da Faixa 4 para imóveis de até R$ 500 mil, geraram um novo estímulo às vendas, declarou.

Ele ressaltou que incorporadoras como Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3) lograram acomodar famílias que anteriormente excediam os parâmetros do programa.

Fundos imobiliários demandam atenção na escolha de investimentos.

Santos percebeu que os fundos de crédito imobiliário enfrentam uma situação paradoxal.

A busca por um rendimento superior leva o investidor a preferir emissores mais robustos, evitando setores com alto endividamento.

No período, a XP Asset investiu aproximadamente R$ 230 milhões em novos CRIs, incluindo R$ 70 milhões em operações com a Gavel Resorts.

Um outro aspecto relevante é a diminuição na emissão desses papéis, que já estava prevista.

Anteriormente, quase qualquer empresa com custos relacionados a imóveis podia realizar emissões. Atualmente, observamos que empresas do próprio setor, como Plano & Plano (PLPL3), Direcional, Cury e Brasil Terrenos, estão conseguindo estruturar operações.

Ele complementou que os investidores, usualmente compradores desses ativos, enfrentam dificuldades maiores na obtenção de recursos, o que diminuiu a disponibilidade. Contudo, a procura por moradia continua forte.

Nos últimos 12 meses, o mercado registrou um aumento de 44% nas vendas em relação ao ano anterior, que já havia sido bastante expressivo. Foram lançadas 31 mil unidades e vendidas 29 mil, mantendo os níveis de estoque em patamares historicamente baixos, afirmou Santos, ressaltando que apenas 1% desse estoque corresponde a imóveis finalizados.

A taxa Selic está elevada.

Os financiamentos, no entanto, já demonstram a influência da taxa Selic. “Observamos taxas médias de 14% a 15% mais TR, o que representa um impacto significativo no orçamento do comprador. Contudo, o volume de desembolvamentos permanece em níveis historicamente baixos, o que gera certa tranquilidade”, afirmou.

Ele considerou que os bancos têm priorizado o financiamento às famílias, em detrimento das empresas, que necessitam cada vez mais recorrer ao mercado de capitais.

Para Santos, essa mudança possibilita que os recursos das CRI expandam seu papel no financiamento do setor.

Contudo, observamos um mercado persistente e com potencial de expansão. A situação demanda prudência, ainda que apresente chances significativas para investidores que identificam os investimentos adequados.

Fonte por: InfoMoney

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