Gestores de fundos acompanham mudanças políticas na América Latina e influência de Trump
Gestores de fundos acompanham mudanças políticas na América Latina, buscando oportunidades em meio a eleições. Expectativa de alinhamento com Trump impulsiona investimentos
Gestores de Fundos Acompanham Mudanças Políticas na América Latina
Gestores de fundos de mercados emergentes estão atentos à América Latina, buscando oportunidades de investimento em meio a uma série de eleições iminentes na região. A expectativa é que essas eleições possam alterar o cenário político, com países alinhados de forma mais próxima a Donald Trump.
A atenção renovada surge após a valorização do mercado argentino, impulsionada pela vitória do presidente Javier Milei nas eleições de meio de mandato. Essa situação tem levado muitos a considerar o país como um estudo de caso sobre como mudanças políticas de direita, especialmente aquelas percebidas como favoráveis a Trump, podem gerar ganhos em ativos de países em desenvolvimento.
Tendências de Investimento
“Estamos diante de uma potencial mudança de tendência para a direita na América Latina”, afirma Pramol Dhawan, chefe de gestão de portfólio de mercados emergentes da Pacific Investment Management Co. “Se houver uma oscilação para a direita, esses ativos despencarão — não haverá nada remotamente parecido com os retornos obtidos nos mercados locais brasileiros ou colombianos.”
Países como Chile, Colômbia e Brasil, que realizarão eleições presidenciais nos próximos 12 meses, também estão sendo observados com expectativa. Investidores esperam uma mudança para uma abordagem mais favorável ao mercado nos três países.
Exemplos de Fundos
A Zaftra, um fundo de hedge brasileiro especializado em apostas relacionadas a eleições, registrou seu melhor mês da história em outubro, com ganho de 9,2% após as eleições de Milei. O fundo construiu uma posição otimista no peso chileno antes do primeiro turno das eleições, conforme relatado por Felipe Sze, gestor de portfólio da ASA.
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A Gramercy Funds Management, liderada por Petar Atanasov, também demonstra otimismo em relação ao Chile, analisando tanto os títulos soberanos quanto o peso. A empresa acredita que o Chile precisa recuperar o atraso no mercado cambial e que qualquer melhora nas relações com Trump seria positiva.
Influência de Trump
A forma como a administração Trump vê o hemisfério ocidental, vista como seu “quintal”, com os EUA tendo o direito de intervir, especialmente em contrariar a influência da China em países com forte presença da mineração, como o Chile, é um fator importante.
A postura mais dura de Trump em relação à Venezuela, por exemplo, está impulsionando os títulos inadimplentes do país.
A influência do nome de Trump nos mercados em desenvolvimento é notável, como na Hungria, onde o primeiro-ministro Viktor Orbán mencionou a possibilidade de um resgate semelhante ao da Argentina.
“Onde esperamos mudanças, é porque o eleitorado está frustrado com os atuais governos”, afirma Graham Stock, estrategista sênior de títulos soberanos de mercados emergentes da RBC Bluebay.
Conclusão
Apesar de ganhos generalizados em 2025, impulsionados por fatores como restrições de dívida, acordos com o FMI e preços de commodities, a influência de Trump nos mercados em desenvolvimento continua sendo um elemento relevante a ser monitorado.
Autor(a):
Redação
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