Golpes utilizando reconhecimento facial: como ocorrem e como se proteger
Identifique algumas das modalidades mais comuns de fraudes por reconhecimento facial e as medidas para evitar perdas.
Apesar da tecnologia estar cada vez mais presente na vida dos brasileiros, há um grande número de golpes com reconhecimento facial que causam prejuízos financeiros às vítimas.
É possível observar, com diversos exemplos, como os criminosos operam. Frequentemente, eles se aproveitam de falhas, como a falta de conhecimento tecnológico, a dependência de um serviço específico ou a excessiva exposição e a ausência de atenção com imagens pessoais.
Como os golpes se desenvolvem?
Diversas situações podem ser empregadas em fraudes. A foto do Instagram, o documento extraviado ou a imagem solicitada por desconhecidos, sob qualquer pretexto, podem ser utilizadas em golpes.
Recentemente, um indivíduo se tornou vítima de fraude após a perda de sua carteira de identidade. Com o documento, o criminoso criou um deepfake (substituiu a imagem), modificou informações da conta Gov.br, abriu uma empresa e obteve um empréstimo em nome do titular, que somente tomou conhecimento do ocorrido ao verificar a negativação de seu nome.
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O caso foi reportado por Ilson Bressan, diretor executivo da Valid, empresa especializada em segurança digital. Para o executivo, é importante que cada vez mais as pessoas utilizem tecnologias que assegurem a proteção contra fraudes.
O reconhecimento facial ou as biometrias aplicadas podem contribuir significativamente para assegurar a segurança de uma transação, adverte o alerta.
Em diversas ocasiões, golpistas se disfarçam de profissionais públicos, como agentes de saúde ou assistentes sociais. Um aposentado em Limeira teve prejuízo de R$ 35 mil em outubro de 2024, conforme reportado pelo portal G1.
Duas assistentes sociais se identificaram ao idoso, informando que ele havia sido escolhido para receber uma cesta básica mensal. Ele precisava apenas fornecer uma foto e seu número de telefone.
A imagem foi utilizada para identificar a vítima. Criminosos obtiveram empréstimos em nome do idoso, totalizando mais de R$ 35 mil, na conta bancária que ele empregava para receber sua pensão.
Como se proteger de fraudes.
Um dos cuidados mais elementares é desconfiar de ofertas sedutoras – como a cesta básica oferecida ao aposentado de Limeira. Prêmios e promessas de emprego também costumam ser oferecidos por fraudadores.
O especialista em cibersegurança Eduardo Nery recomenda desconfiar prontamente se alguém solicitar foto ou vídeo com o rosto em movimento. Além disso, não se deve fornecer informações pessoais adicionais conforme solicitado pelo atendente, como por exemplo, quando o golpista informa o nome da vítima e pede que ela diga o nome de sua mãe.
Adicionalmente, o aumento da segurança pode ser alcançado através da implementação da autenticação de dois fatores, sempre que a plataforma disponibilizar essa opção. Além da senha, o sistema exige outro fator de autenticação, que pode ser lógico (como SMS ou algum código temporário) ou biométrico.
A proteção do perfil nas redes sociais também contribui para a segurança dos dados, ao evitar a divulgação de informações pessoais que poderiam ser empregadas em fraudes.
Ainda é seguro o reconhecimento facial?
Em certas situações, o aumento de fraudes com tecnologia gera preocupação em relação à sua eficácia. Não são incomuns os casos de indivíduos que se mostram relutantes em usar reconhecimento facial ou outros tipos de biometria, devido à falta de confiança no sistema.
Contudo, para Ilson Bressan, o principal problema no Brasil atualmente reside na falta de acesso à base biométrica, e não na tecnologia em si. De acordo com o executivo CEO da Valid, há uma boa qualidade de dados, porém estes não são interoperáveis – e essa é uma das principais causas de muitos golpes relacionados à biometria.
As bases biométricas do Brasil originam-se nas polícias estaduais, que são responsáveis pela emissão de documentos pessoais e estão restritas aos próprios estados. É necessário interligar essas bases, para que o dado biométrico fique disponível para consultas gerais.
Outra questão, na perspectiva do diretor executivo, é a escassez de serviços que utilizam biometria. Caso a procura aumentasse, haveria uma pressão inerente pela criação de sistemas de compartilhamento de dados biométricos.
A necessidade de reconhecimento facial poderia evitar ocorrências como o caso de Pix de R$ 18 milhões na madrugada. Por um lado, há falta de conectividade da base para consulta; por outro, carece-se de serviços que a utilizem, avalia Ilson Bressan.
O executivo utiliza, para demonstrar essa conexão, como exemplo uma festa de São João que a Valid organizou no Maranhão recentemente, com acompanhamento em tempo real.
Os indivíduos presentes na festa tinham seu reconhecimento facial registrado, e as imagens eram vinculadas a um banco de dados da Polícia Civil. Isso possibilitou a identificação de foragidos pela Justiça entre os participantes do evento. Esse exemplo demonstra a necessidade de uma estrutura de compartilhamento de dados, afirmou o executivo.
Fonte por: InfoMoney