O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o comércio entre Brasil e Estados Unidos tende a diminuir ainda mais no futuro. Haddad ressaltou que o fluxo comercial entre os dois países atualmente representa menos da metade do volume das décadas de 1980 e deverá sofrer novas quedas, após a aplicação de novas tarifas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
“Pelo rumo dos fatos, eu acredito que o comércio bilateral, infelizmente, vai cair ainda mais”, declarou ele, que participou de um seminário em São Paulo.
Haddad reiterou que o Brasil “cumprimentou sua parte” nas negociações para modificar o cenário do protecionismo e que, para compreender o futuro, é necessário “consultar o lado oposto”, em referência ao governo dos Estados Unidos.
O ministro também reiterou que a decisão de cancelar o encontro entre ele e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi tomada pelo governo norte-americano.
Quando questionado se o ato de Bessent poderia ser visto como provocação, Haddad declarou que não pode admitir “erros” e que a situação presente já é “delicada”.
LEIA TAMBÉM!
Focus prevê inflação em patamares inferiores a 5% para o ano de 2025, após 12 reduções sucessivas
Índice Geral de Preços do Consumidor Amplo (IGP-10) retomou alta em agosto, após quatro meses de declínio, porém, ficou aquém das previsões
Setores ligados a Bolsonaro buscam o governo Lula após o aumento nas tarifas
“Não posso cometer determinados deslizes porque já é uma situação tensa. Qual a dificuldade de tirar uma conclusão óbvia no caso de ele, está tudo documentado?”, questionou o ministro, em referência à comunicação formal de Bessent primeiro convocando e depois cancelando o encontro.
Haddad acrescentou que cada nação tem sua forma de agir, porém que “nunca faria isso”. “Por mais hostil que o outro país fosse, se eu marquei um compromisso, eu cumpro”, reiterou ele.
Fonte por: InfoMoney