IA e os empregos: o que os executivos de tecnologia têm a dizer sobre o futuro do trabalho

Gestores afirmam que governos e empresas do setor precisam analisar a situação com maior atenção e urgência.

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A otimização dos sistemas de produção, por meio da inteligência artificial, leva progressivamente à eliminação de empregos em diversas áreas do mundo.

No Brasil, estima-se que a tecnologia impacte 31,3 milhões de empregos, dos quais 5,5 milhões podem ser totalmente automatizados, conforme dados da consultoria LCA 4Intelligence apresentados em junho do ano corrente.

A inovação é a saída para Jensen Huang, CEO da Nvidia, de impedir que a perda de empregos se acelere. “Se o mundo ficar sem ideias, então os ganhos de produtividade se traduzem em perda de empregos”, declarou à CNN.

O defensor da IA, Huang, argumenta que os empregos e a produtividade cresceram nos últimos séculos, inclusive na era dos computadores. Acredita que a evolução da tecnologia pode facilitar a concretização de uma “abundância de ideias” e “maneiras de construir um futuro melhor”.

No entanto, outros líderes importantes do setor demonstram maior ceticismo, como Mo Gawdat, ex-diretor de negócios da Google X, laboratório de inovação da empresa. Para ele, a inteligência artificial ocupará todas as posições do mercado de trabalho, desde os cargos de nível inicial até os cargos executivos de alto escalão.

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Com mais de 30 anos na área de tecnologia, Gawdat declarou no podcast Diário de um CEO que é “100% besteira” acreditar que a IA criará empregos. E não poupou do provável extermínio nem mesmo as funções que dependem de habilidades humanas, como podcasters, editores de vídeos e executivos de empresas. Segundo ele, mesmo quem se destaca em sua área não estará seguro para sempre.

A inteligência artificial se tornará superior aos humanos em tudo, inclusive em ser CEO, afirmou Gawdat no podcast, prevendo também a substituição de gestores incompetentes em determinado momento.

Governos e empresas de IA precisam reconhecer a realidade.

Dario Amodei, diretor executivo e cofundador da Anthropic, afirmou que governos e empresas de IA deveriam cessar de tentar prever o futuro, conforme reportagem da Forbes. Para o executivo, a remoção em larga escala de funções de nível básico e especializado – como nas áreas de finanças, tecnologia e direito – é mais provável do que se acredita.

Andrea Janer, CEO da Oxygen e pesquisadora de tendências, afirma que não se pode comparar o momento atual com outras revoluções industriais, que demandaram várias décadas para se concretizarem. “Agora, as mudanças se dão em meses”, declarou.

Renda básica universal pode ser a solução.

Em um cenário sem empregos e com máquinas executando a maior parte do trabalho pago, a renda básica universal se apresenta como uma alternativa de sustento. Sam Altman, diretor-executivo da OpenAI, empresa que criou o ChatGPT, foi o principal apoiador de um estudo sobre o assunto.

Janér afirmou, em entrevista à Forbes, que a sociedade precisa se organizar de maneira diferente para lidar com as condições sociais que estão por vir.

Até o momento, nossa organização girava em torno do trabalho. Acordávamos diariamente para trabalhar, pois necessitávamos do dinheiro para viver. Na visão desses líderes, não seria mais assim.

Fonte por: InfoMoney

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