Israel tem recebido crescentes pedidos para interromper seus novos planos de operação em Gaza

O gabinete de segurança de Netanyahu, do qual o ministro Bezalel Smotrich é membro, aprovou na sexta-feira o plano para ampliar as operações militares.

10/08/2025 17:25

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O ministro das Finanças de extrema-direita de Israel solicitou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu abandonasse seu plano de ocupar a Cidade de Gaza, em favor de uma abordagem mais inflexível, enquanto a Itália declarou no domingo que a iniciativa poderia levar a um “Vietnã” para o Exército de Israel.

O conselho de segurança de Netanyahu, do qual o ministro Bezalel Smotrich é membro, aprovou na sexta-feira um plano para ampliar as operações militares no enclave palestino devastado, buscando derrotar o grupo militante Hamas.

A decisão provocou uma onda de críticas em Israel, onde milhares de indivíduos manifestaram-se em Tel Aviv no sábado, solicitando um alto imediato e a libertação dos reféns detidos pelo grupo extremista Hamas, além de na esfera internacional.

O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir ainda neste domingo para debater o plano, com diversos países manifestando preocupação de que ele possa agravar a fome já crítica entre os palestinos.

Prevê-se que Netanyahu realize uma coletiva de imprensa para a mídia internacional em Israel e faça um anúncio televisado ao final do dia. Não ficou claro o que será anunciado.

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Smotrich afirmou ter perdido a confiança na capacidade e no desejo de Netanyahu de alcançar uma vitória sobre o Hamas. O novo plano, disse ele em um vídeo no X no final de sábado, visa fazer com que o Hamas retorne às negociações de cessar-fogo.

O primeiro-ministro afirmou que o governo optou por “continuar no mesmo caminho”, em referência ao fato de que as forças israelenses já haviam entrado na cidade sem alcançar a vitória contra o Hamas.

Ele e outros integrantes da extrema-direita da coligação de Netanyahu argumentam que o plano não avança o suficiente, ao passo que o Exército, que se opõe ao governo militar em Gaza, alertou que isso colocaria em risco os reféns restantes mantidos pelo Hamas, bem como as tropas israelenses.

Smotrich não emitiu um ultimato explícito a Netanyahu.

Outros apoiadores da extrema-direita da coligação de Netanyahu também defendem a ocupação militar completa de Gaza, a anexação de vastas áreas do território e o deslocamento de grande parte de sua população palestina.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que fez declarações semelhantes, afirmou à Rádio do Exército no domingo que o plano de tomar a Cidade de Gaza é bom, desde que seja o primeiro passo.

As forças israelenses alertaram que a expansão da ofensiva poderia colocar em risco a vida dos reféns que o Hamas ainda mantém em Gaza, que se estima em aproximadamente 20, e levar suas tropas a um combate de guerrilha prolongado e perigoso.

A Itália afirmou que Israel deveria considerar os alertas do seu Exército.

A invasão de Gaza pode se transformar em um Vietnã para os soldados israelenses, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, em entrevista ao jornal Il Messaggero.

Ele repetiu os apelos por uma operação das Nações Unidas coordenada por nações árabes com o objetivo de “reunificar o Estado palestino” e afirmou que a Itália está disponível para colaborar.

É provável que o Conselho de Segurança discuta a crise humanitária em Gaza e a perspectiva de seu agravamento se o plano israelense for implementado, mas até agora houve pouca disposição entre os estados árabes para enviar suas tropas.

Fonte por: InfoMoney

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