Itaú (ITUB4) antecipa dividendos e mantém expectativas positivas

Mantermos nossas expectativas positivas após conversarmos com o time de Relações com Investidores do Itaú (ITUB4). Nossa análise indica que o banco está alinhado com as metas estabelecidas, com projeções de lucro líquido de R$ 46 bilhões para o ano, representando um crescimento de 11% em relação a 2025.

A originação de crédito para pessoa física concentra-se no setor imobiliário, uma linha de menor risco quando comparada a empréstimos para veículos. O Itaú prioriza o crédito para clientes com histórico de relacionamento e risco controlado. No segmento de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), a originação é impulsionada por programas governamentais, como FGI e Pronampe, o que sugere um crescimento contínuo nessas linhas.

Em grandes empresas, não se espera um aumento significativo de novas operações. Projetamos que o terceiro trimestre de 2025 siga o guidance, com crescimento da carteira de crédito entre 4,5% e 8,5% ao ano, sem considerar variações cambiais.

As operações de crédito estruturadas ao atacado contribuíram para o aumento do spread nos últimos trimestres. No entanto, a ausência da repetição desses créditos no segundo semestre pode impactar negativamente o spread. A política conservadora do Itaú e a baixa exposição ao setor agro ajudam a mitigar esse risco.

A inadimplência deve permanecer controlada, apesar da deterioração no sistema financeiro, o que também deve contribuir para a melhoria do spread.

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A margem com o mercado, que reflete o resultado da tesouraria, deve manter a mesma velocidade dos trimestres anteriores, em torno de R$ 900 milhões por trimestre até o final do ano. Há potencial para o banco superar o guidance, que estabelece um teto de R$ 3 bilhões para essa linha, considerando que R$ 1,8 bilhão já foi alcançado no primeiro semestre.

A parte de serviços deve continuar forte, impulsionada pelo crescimento do volume transacionado em cartões, acompanhando a expansão da economia brasileira. Um ponto de atenção é o acordo coletivo do sindicato dos bancários, que entrará em vigor em setembro e pode afetar o índice de eficiência do 3T25, embora seja um evento anual já esperado pelo mercado.

O Itaú continua navegando com uma estratégia bem-sucedida, colhendo os frutos de sua abordagem previsível, especialmente em um cenário de juros elevados e inadimplência em alta. Acreditamos que o banco está bem posicionado para continuar sua trajetória positiva.