JBS obteve lucro de US$ 528,1 milhões no segundo trimestre, com aumento de 60%, em meio a um cenário desafiador nos EUA

A empresa apresentou seus resultados pela primeira vez após a abertura de seu capital na Bolsa de Valores de Nova York.

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A JBS (BDR: JBSS32), maior empresa de carnes do mundo, comunicou nesta quarta-feira um aumento significativo no lucro do segundo trimestre e uma receita trimestral recorde de aproximadamente US$ 21 bilhões, mesmo diante de um ciclo da pecuária bovina nos EUA ainda problemático e das tensões geopolíticas em nível global, conforme divulgado em comunicado ao mercado.

A empresa, que apresentou seus resultados pela primeira vez após ter suas ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York, obteve lucro líquido de US$ 528,1 milhões no segundo trimestre, um aumento de 60,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O desempenho positivo foi impulsionado, sobretudo, pelo resultado da subsidiária do segmento de frangos Pilgrims Pride nos EUA e pela força dos negócios de alimentos processados Seara no Brasil, segundo a JBS.

O CEO Global, Gilberto Tomazoni, em entrevista à Reuters, apontou a vulnerabilidade de seus negócios com carne bovina nos Estados Unidos, que correspondem a aproximadamente um terço das vendas da companhia, devido ao aumento do custo do gado para os frigoríficos.

Apesar dessa unidade ter apresentado margens negativas, outros setores da empresa demonstraram força, incluindo as operações de carne bovina brasileira e australiana.

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“Estamos vivendo um momento desafiador em alguns de nossos negócios… entregar margem (de 8,4%) dentro do contexto que temos atualmente… Estamos satisfeitos”, afirmou ele, citando a margem EBITDA ajustada do segundo trimestre, que teve uma queda anual de 1,5 ponto percentual.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado foi de US$1,75 bilhão, com uma redução de 7,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, ao mesmo tempo em que a receita líquida alcançou US$20,998 bilhões, representando um aumento de 8,9% em comparação com o ano anterior.

O negócio de carne bovina na América do Norte apresentou EBITDA ajustado negativo de 233 milhões de dólares. Por outro lado, a Pilgrim´s registrou 817,7 milhões de dólares no mesmo indicador, no segundo trimestre.

A taxa americana de 50% sobre produtos brasileiros, abrangendo carne bovina, tem gerado impactos significativos nos frigoríficos.

Tomazoni declarou que a JBS é responsável por aproximadamente 15% das exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos, onde possui várias unidades industriais. O Brasil exportou 180 mil toneladas de carne in natura para os EUA no período inicial.

Devido à alta dos preços, Tomazoni declarou que certas unidades da JBS no Brasil suspenderam temporariamente a produção. Em seguida, restabeleceram as operações para direcionar parte dos produtos para outros mercados.

“O mais importante é que nossa plataforma foi construída levando em conta que esses fatores acontecem”, disse ele, referindo-se a obstáculos como barreiras comerciais e sanitárias.

Ele afirmou que a situação é delicada nos Estados Unidos, favorável no Brasil e positiva na Austrália, e que o frango está em um momento de grande desempenho, referindo-se aos resultados da Pilgrim’s e da Seara, que, apesar da gripe aviária, apresentaram uma margem ajustada superior a 18%.

A ocorrência de uma gripe aviária no Brasil em maio também causou dificuldades, ao interromper a exportação de parte das empresas do país, que é o maior exportador mundial de frango, em razão de medidas sanitárias.

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A China ainda não autorizou, afirmou Tomazoni, mencionando o maior comprador brasileiro, apesar de outros países já tenham formalizado suas compras. Ele ressaltou que não existem mais justificativas sanitárias para que os mercados permaneçam fechados.

Tomazoni recordou que a União Europeia ainda é um dos poucos destinos que não retomaram as importações de carne de frango, mas ele tem expectativa de uma reabertura em breve.

Espero que isso se resolva nas próximas semanas.

Fonte por: InfoMoney

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