JPMorgan Reage com Corte de Estimativas para Assaí (ASAI3)
O JPMorgan & Co. reduziu sua recomendação para o Assaí (ASAI3), com um novo rating de “Venda” em vez de “Neutro”. Essa mudança reflete uma expectativa mais pessimista em relação ao desempenho da empresa no final de 2025 e 2026, devido a um crescimento de receita mais desafiador do que o previsto. O preço-alvo da ação também foi revisado para R$ 8,50, um desconto significativo em relação aos R$ 11,50 anteriormente estimados, com base em um lucro por ação (EPS) de R$ 0,68 para o próximo ano.
A decisão do banco é impulsionada por uma série de fatores, incluindo a deterioração das tendências de vendas no varejo alimentar e a desaceleração esperada da inflação de alimentos. A empresa enfrenta dificuldades para aumentar seus volumes de vendas, com consumidores optando por produtos mais baratos (trade-down) e uma resposta limitada a promoções. Essa situação cria um cenário de preços desafiador, especialmente considerando que a inflação deve continuar a desacelerar até meados de 2026.
O JPMorgan prevê um risco de vendas de mesmas lojas (SSS) negativas no primeiro semestre do próximo ano, o que limitaria o espaço para melhorias nas margens, mesmo com iniciativas de eficiência. Apesar disso, o Assaí deve continuar a reduzir seu endividamento ao longo do tempo, embora a um ritmo mais lento do que o esperado. Analistas destacam que os níveis de alavancagem ainda são restritivos, o que limita a expansão e restringe o uso de promoções em um mercado competitivo.
Cortes nas Estimativas: O banco reduziu suas estimativas de vendas, EBITDA e EPS para 2026 em 7%, 9% e 34%, respectivamente. A pressão inflacionária e a incerteza nas vendas de mesmas lojas impactam significativamente as projeções de lucro da empresa.
Inflação de Alimentos e Pressão sobre Vendas
A inflação de alimentos para consumo doméstico deve continuar a desacelerar, atingindo níveis de um dígito baixo até meados de 2026. A inflação deve cair de cerca de 7% em agosto para aproximadamente 5% em outubro e novembro de 2025, alinhando-se ao Índice de Preços ao Consumidor geral. Em 2026, a inflação de alimentos deve ficar, em média, 1 ponto percentual abaixo da inflação total.
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A desaceleração da inflação pode levar a uma queda na produtividade da área de vendas, já que a recuperação de volumes permanece incerta. Historicamente, existe uma correlação moderada entre a variação percentual da inflação de alimentos e o crescimento de SSS e vendas por área madura.
Margem e Despesas
O JPMorgan projeta uma leve contração da margem EBITDA ajustada para 7,5% em 2026, mesmo com margem bruta estável, devido ao menor momentum de vendas. O atacarejo tem sido eficiente em despesas de vendas por m², crescendo abaixo da inflação, embora a dificuldade em contratar pessoal possa pressionar custos, considerando alta rotatividade.
