O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, na segunda-feira (18), a expansão do comércio com o Equador e afirmou que as relações com os países sul-americanos são prioridade para o Brasil.
Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente do Equador, Daniel Noboa, em visita oficial a Brasília e reiterou a relevância da diversificação comercial.
Em um cenário global complexo, com o aumento de tensões e o enfraquecimento de instituições multilaterais, é fundamental a determinação na proteção da nossa soberania. Para o Brasil, a autonomia representa um caminho para a variedade de acordos. Os vínculos com o Equador e com os demais países sul-americanos são prioridades para nós, afirmou, em coletiva de imprensa após o encontro.
Segundo Lula, o Brasil retornará a importar bananas do Equador, em virtude de decisão judicial. Em 1997, o Brasil restringiu a importação do produto do país vizinho, devido a questões fitossanitárias. Após um período de autorização de entrada, em 2017, novas suspensões e disputas foram estabelecidas.
O Brasil foi objeto de questionamento pelo Equador na Organização Mundial do Comércio, devido à alegação de violação de regras comerciais.
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Estamos comprometidos em promover um comércio mais equilibrado, diminuindo obstáculos para produtos equatorianos. Iniciaremos cumprindo a decisão judicial que autorizou a abertura do mercado brasileiro para a banana produzida pelo Equador. Começaremos com a banana desidratada e, até o final do ano, finalizaremos a análise de risco para a banana in natura.
Ademais, tenho convicção de que o governo equatoriano acompanhará de perto os produtos de interesse do Brasil, começando pela carne suína”, complementou o presidente, ressaltando a importância da atualização do acordo entre o Mercosul e o Equador.
A recente implementação do nosso acordo de cooperação e facilitação de investimentos proporcionará maior segurança aos negócios.
Em 2024, o comércio entre Brasil e Equador atingiu US$ 1,1 bilhão, com exportações brasileiras na ordem de US$ 970 milhões. Os principais produtos exportados para o país vizinho são veículos, máquinas, medicamentos e produtos das indústrias de papel e celulose.
Criminalidade
O presidente brasileiro também abordou a cooperação para o enfrentamento da criminalidade organizada entre os países da Amazônia e buscou fortalecer a parceria com o Equador no combate a diferentes ilícitos.
“Propomos reativar a sede da Polícia Federal em Quito e já estamos conduzindo treinamentos sobre investigação de crimes financeiros. É possível realizar diversas ações, incluindo medidas para combater atividades criminosas em presídios e operações para combater o contrabando de armas”, declarou.
Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o seu apoio à regulamentação das plataformas digitais e à responsabilização das grandes empresas de tecnologia que as operam.
Apresentei ao presidente Noboa a importância com que o governo e a sociedade brasileira buscam lidar com a criminalidade no ambiente digital. Nossas sociedades estão sob ameaça contínua sem regulamentação das grandes empresas de tecnologia. Esse é o grande desafio contemporâneo de todos os Estados.
As redes digitais não devem ser um território sem lei, em que é possível agir impunemente contra a democracia, incitar o ódio e a violência. Erradicar a exploração sexual de crianças e de adolescentes é uma imposição moral e uma obrigação do Poder Público.
Decisões administrativas
Lula e Noboa discutiram comércio e investimentos; combate ao crime organizado; desenvolvimento social; ciência e tecnologia; integração sul-americana; cooperação amazônica; meio ambiente; e mudança do clima.
Na visita oficial, foram assinados atos nas áreas de segurança alimentar, inteligência artificial e agricultura familiar. O primeiro tratava de cooperação técnica para combater a fome e a pobreza, por meio da troca de experiências, estudos e conhecimentos entre os dois países.
Também foi assinado um memorando de entendimento para a cooperação no campo da inteligência artificial. O objetivo é fortalecer a colaboração científico-acadêmica e a capacitação de profissionais em infraestrutura de computação de alto desempenho, visando o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial na América Latina.
Alcançou-se consenso para implementar políticas públicas em agricultura familiar, desenvolvimento agropecuário e rural sustentáveis, transição agroecológica, circuitos curtos de comercialização, sistemas públicos de abastecimento de alimentos, incremento da produção da agricultura orgânica e diminuição das perdas e desperdícios.
Após o encontro no Palácio do Planalto, Lula recebeu Noboa e outras autoridades em um almoço no Palácio Itamaraty.
Fonte por: InfoMoney
