Lula solicitou a Xi Jinping que reative a importação de frango brasileiro em decorrência da crise da gripe aviária
Lula solicita liberação de exportações de aves após o Brasil ser reconhecido como livre da doença.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, solicitou ao presidente da China, Xi Jinping, que o país retomasse a compra de frango brasileiro, conforme apurado pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. As exportações brasileiras de produtos aviários para a China estão suspensas desde 16 de maio, quando foi confirmado um caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), em conformidade com o acordo bilateral sanitário entre os países.
O pedido para que o Brasil retomasse as exportações foi feito por Lula durante uma ligação a Xi na noite de segunda-feira (11), segundo informações de pessoas próximas aos dois líderes. Xi teria assegurado a Lula que buscaria solucionar o assunto.
De acordo com fontes, Lula teria tratado o tema três vezes durante a ligação com o líder chinês. Em nota divulgada na segunda-feira, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que a ligação durou aproximadamente uma hora e que os presidentes conversaram sobre a parceria estratégica bilateral e comemoraram os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países.
Antes da reunião, o governo avaliava o envio de uma nova carta ao governo chinês solicitando a liberação dos embarques. O Brasil busca retomar a exportação de frango para a China após a conclusão do caso de gripe aviária e a recuperação do status de país livre da doença em plantel comercial, com reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) obtido desde o final de junho.
O acordo firmado entre Brasil e China estabelece que o país cessa de atestar as exportações para o mercado chinês em caso de gripe aviária em plantel comercial. O reconhecimento do status sanitário brasileiro e a retomada das exportações dependem da validação da autoridade sanitária chinesa, assim como ocorre com os demais países importadores dos produtos avícolas nacionais.
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O Ministério da Agricultura encaminhou, em junho, um dossiê técnico à Administração Geral de Alfândega da China (GACC), autoridade sanitária do país asiático, visando a consequente autorização do retorno das exportações e a restituição da habilitação dos frigoríficos aptos a exportar para o país. Anteriormente à suspensão temporária, 51 frigoríficos brasileiros estavam habilitados a exportar carne de frango e derivados para a China.
Em dezembro passado, a GACC solicitou informações complementares sobre a situação do Rio Grande do Sul e as ações implementadas para impedir a propagação da gripe aviária, por meio de um questionário direcionado ao Ministério da Agricultura. As respostas foram repassadas, e a previsão era que a análise fosse finalizada pela GACC neste mês, conforme apurado pela reportagem.
O Brasil representa o principal destino da carne de frango, respondendo por 13% das exportações do produto. Em 2024, foram exportadas 561 mil toneladas para a China, totalizando US$ 1,288 bilhão em vendas.
Em junho de 2023, o presidente Lula realizou uma ação similar ao autorizar o envio de carne bovina para a China. Na ocasião, ele interveio diretamente para solucionar o impasse de aproximadamente 40 mil toneladas de carne brasileira armazenadas em contêineres na Ásia, correspondendo a R$ 2,5 bilhões.
Na ocasião, Lula também ligou para Xi para solicitar a liberação da proteína congelada exportada e produzida antes da confirmação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da vaca louca), em 23 de fevereiro daquele ano, quando a China suspendeu temporariamente as exportações do produto brasileiro. A liberação ocorreu cerca de 20 dias após a ligação.
Fonte por: InfoMoney